Brasil e EUA: um recomeço possível
Lados deram início aos preparativos para um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump

O encontro entre o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de estado americano, Marco Rubio, pode ser resumido a uma boa reunião, mas genérica.
Abre caminhos que não sabemos onde vão dar.
O mais importante é que agora voltou a existir — publicamente — um canal de diálogo entre Brasil e Estados Unidos e de alto nível. Este é o principal trunfo do governo brasileiro, após meses de comunicação ruim e cheia de interferências.
Vieira tentava o encontro com Rubio desde a posse do governo Trump em janeiro.
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O que parecia intransponível, começou a ser viável. Não é possível saber, porém, se os objetivos que o Planalto e a Casa Branca querem serão alcançados. Talvez essa equação nem seja possível, e provavelmente os dois lados tenham que ceder alguma coisa.
Ficou a expectativa de que os países conversem ainda sobre a taxação de 50% dos EUA sobre o Brasil. Há também disposição de tratar do interesse dos americanos sobre as terras raras brasileiras.
O Brasil diz que não irá retroceder do discurso em defesa da soberania e democracia.
Os lados deram início aos preparativos para um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. Eles poderão ter a primeira reunião bilateral ainda neste mês, durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia.