"Vamos colocar os adultos na sala", afirma autor da CPI que Senado decidiu abrir após mortes no RJ
Ideia do criador da Comissão Parlamentar de Inquérito, Alessandro Vieira (MDB-SE), é "mostrar soluções" e "entregar plano integrado com todos atores políticos"

A CPI do Crime Organizado, que será instalada pelo Senado na próxima terça-feira (4), pretende ouvir especialistas, autoridades locais e federais sobre o avanço das milícias e facções no Brasil. O plano de trabalho deverá estabelecer nomes de governadores, como o do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), dos ministros da Justiça, Ricardo Lewandowski, e da Defesa, José Múcio, e também do diretor-geral da Policia Federal (PF), Andrei Rodrigues.
"O foco é colocar os adultos na sala. Fazer diagnóstico técnico das coisas no Brasil inteiro. Mostrar soluções implementadas dentro e fora do Brasil que funcionam, e entregar um plano integrado de segurança pública com todos atores políticos", afirmou ao SBT News o autor da CPI, Alessandro Vieira (MDB-SE), que pleiteia a relatoria da comissão. Ele defende que a CPI realize sessões também com moradores das regiões afetadas pelo crime organizado.
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Diante da repercussão nacional motivada pelas mortes no Rio, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciou a criação da CPI. A definição veio após conversas entre ex-governadores de seus estados, como os senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Jaques Wagner (PT-BA), e também políticos do Rio, como Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
"Hoje tem muito marcadamente o entendimento de que bandido bom é bandido morto e no meio do caminho tem gente também fazendo o dever de casa. A gente tem que dar espaço também para quem está fazendo o dever de casa", disse Vieira.
"Isso tem que ser sério. Fazer trabalho sério para dar resultado lá na frente. Se possível, entender como chegamos a esse estado de coisas porque não estamos condenados a ser um país condenado", concluiu.
A leitura de abertura da CPI foi feita no plenário do Senado em junho. Mas, desde então, não houve a instalação, nem a apresentação de todos integrantes.
A CPI tem espaço para 11 titulares e 7 suplentes. Mas, afirmam senadores, há preocupação dos próprios políticos com fazer parte do grupo por causa do perigo da exposição para lidar com o assunto.

































