Lula e Trump: Não é IA, mas pragmatismo
O domingo foi de entendimento mútuo, em que mentiras e certas verdades foram esquecidas da pauta

Apesar de inimaginável há alguns meses, a foto do encontro dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump que rodou as redes neste domingo (26) não é inteligência artificial (IA).
A cena realmente nem parece ser verdade, mas é pura demonstração de pragmatismo, em que desavenças eleitorais recentes não fizeram diferença.
Em 2024, Lula disse, mais de uma vez, que estava torcendo pela eleição da então vice-presidente americana Kamala Harris. O presidente brasileiro nem mesmo foi na posse de Trump, em janeiro. Neste semestre, o presidente americano descarregou uma supertarifa no Brasil e ainda acusou o país de violar direitos humanos. Isso sem falar do incômodo provocado por áudios e vídeos, manipulados por IA, em que Trump aparece xingando Lula de “palhaço corrupto”. Depois, ficou comprovado serem falsos.
O domingo foi de entendimento mútuo, em que mentiras e certas verdades foram esquecidas da pauta.
O Brasil deu demonstração firme de capacidade de diálogo e negociação também com líderes sem alinhamento político com o governo. A foto, para infortúnio de opositores, repercute em 2026 porque reafirma o papel de liderança do presidente Lula.
A direita trumpista apertou a mão de Lula, e isso carrega muitas mensagens. Sem ilusões, há pragmatismo aí.
Num momento em que a China dribla a super potência americana, que lida internamente com uma paralisia administrativa e fiscal, uma das saídas do governo Trump é reafirmar parcerias estratégicas, como a do Brasil.
A foto ilustra que, no fim, manda quem tem o poder, quem realmente governa. Ainda não sabemos onde essa negociação dará. O Brasil aproveita a onda e sorri.
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