Decisões do Brasil estão passando por apenas um Poder, diz Nikolas Ferreira
Em entrevista ao SBT News, o deputado falou sobre eleições de 2026 e relação entre os Poderes e PL da Dosimetria

SBT News
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) concedeu entrevista exclusiva ao SBT News, nesta segunda-feira (15), na qual abordou temas como o equilíbrio de poder entre os Três Poderes, as eleições presidenciais de 2026, a tramitação de projetos no Congresso e críticas à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante a entrevista, Nikolas afirmou que o Congresso Nacional precisa recuperar protagonismo nas decisões políticas do país. Segundo ele, há atualmente um desequilíbrio entre os Poderes.
“A Câmara e o Senado precisam retomar o seu poder. Antes se falava muito em harmonia entre os Poderes, mas hoje isso não existe mais. O Congresso está subjugado ao Judiciário e, em alguns momentos, também ao Executivo”, afirmou.
Para o deputado, a dificuldade de legislar não está relacionada à falta de competência ou vontade dos parlamentares, mas a um desbalanceamento institucional.
“Não estamos conseguindo legislar porque todas as decisões do Brasil estão passando por apenas um Poder”, disse.
Críticas ao STF e caso das redes sociais
Nikolas também voltou a criticar decisões do Supremo Tribunal Federal, especialmente relacionadas ao período eleitoral de 2022.
Ele afirmou ter sido vítima da suspensão de suas redes sociais durante o segundo turno das eleições.
“Até hoje, só duas pessoas sabem o motivo da derrubada das minhas redes sociais: Alexandre de Moraes e Deus. Ninguém mais teve acesso ao processo, e eu só retomei minhas redes sociais por conta de uma pressão política. Afinal de contas, ficaria muito feio o deputado mais votado do Brasil não ter suas redes sociais quando fosse empossado”, declarou.
Eleições de 2026 e cenário político
Na entrevista, Nikolas Ferreira também comentou o cenário para as eleições presidenciais de 2026, mencionando debates no campo da direita e o papel do Congresso na definição do futuro político do país.
Para o parlamentar, a escolha de deputados e senadores deve ser prioridade do eleitorado no próximo ano.
“O Brasil precisa se atentar muito à eleição de deputados e senadores, porque só assim conseguimos fazer uma mudança gradual”, afirmou. “A partir disso, conseguimos fazer mudanças também no Supremo Tribunal Federal e no pacto federativo. Hoje existem vários Brasis dentro do Brasil, com realidades muito diferentes”, completou.
Segundo ele, a uniformização de políticas públicas acaba sendo ineficiente.
“Cada região tem suas próprias deficiências, mas tratamos tudo da mesma forma. Isso acaba sendo deficitário para o país”, avaliou.
PL da Dosimetria
Nikolas Ferreira defendeu a tramitação do Projeto de Lei da Dosimetria, que busca revisar as penas impostas aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Segundo o deputado, a proposta não representa o cenário ideal, mas seria a alternativa possível diante da atual correlação de forças institucionais.
Nikolas comparou as punições aplicadas atualmente a decisões históricas de concessão de anistia no Brasil, citando crimes graves ocorridos no passado.
“Nós sabemos que isso não é o ideal, mas é o possível. A anistia já foi concedida a pessoas que cometeram crimes de guerra, que saquearam bancos, que explodiram carros. E agora a esquerda não está dando a mesma clemência para pessoas que pegaram um batom e escreveram ‘perdeu, mané’ em uma estátua”, declarou.
Para o parlamentar, o projeto pode reduzir o impacto das condenações sobre as famílias dos presos, ao permitir a progressão de regime.
“Com a dosimetria, essas pessoas poderão voltar para casa, ir para o regime aberto. Para um pai, uma mãe de família, para um filho que pode dormir em casa, ir à escola, levar o filho à igreja, isso é muito importante”, afirmou.
Nikolas também criticou o que chamou de seletividade no discurso sobre direitos humanos e acusou setores da esquerda de ignorarem o sofrimento dos condenados por motivos ideológicos.
“Essas pessoas são brasileiras como todos nós. A clemência que durante anos a esquerda pediu em nome dos direitos humanos está sendo ignorada agora. Não tenho dúvidas de que, se essas pessoas estivessem vestidas de vermelho, já estariam soltas. Mas estavam de verde e amarelo”, concluiu.








