Lula fala sobre STF, eleições de 2026 e relação com Trump em entrevista ao SBT News
Presidente comentou crise entre os Três Poderes, defendeu ministros do STF e afirmou que não escolhe adversário para o pleito do ano que vem

SBT News
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu uma entrevista exclusiva ao SBT News, na última sexta-feira (12), pouco antes do lançamento oficial do canal.
Na conversa, Lula abordou temas relevantes como a crise entre os Três Poderes, as eleições presidenciais de 2026, sua relação com Donald Trump e a independência do Supremo Tribunal Federal (STF).
Crise entre os Três Poderes
Ao comentar as tensões recentes entre os Poderes da República, Lula minimizou os conflitos e destacou sua articulação política.
"Não aconteceu nada, sou amigo do Davi Alcolumbre e do Hugo Motta. Nós aprovamos 99% de tudo que mandamos pro Congresso Nacional. Nunca nos meus dois primeiros mandatos eu aprovei a quantidade de coisas que eu aprovei agora, num Congresso totalmente adverso. É importante lembrar que eu tenho 70 deputados em 513 e nove senadores em 81", disse Lula.
"E qual é o milagre? É o milagre da democracia, da conversa, de esgotar os argumentos até o final. Eu não mandei nenhum projeto de interesse meu pessoal ou de um grupo. Todos os projetos que mandamos são de interesse da sociedade brasileira e do Brasil", completou o presidente.
Defesa ao STF
Questionado sobre a decisão do ministro Flávio Dino, do STF, de determinar investigação na execução de emendas individuais de parlamentares, conhecidas como "emendas Pix", Lula também saiu em defesa da independência da Suprema Corte.
"Se eu tivesse interferência na Suprema Corte, eu teria ficado preso 580 dias? A verdade é que a Suprema Corte é totalmente independente e autônoma, e é bom que seja assim. O presidente da República não tem e não quer ter interferência sobre os votos dos ministros da Suprema Corte, como eu não quero que eles tenham interferência nas coisas que eu faço".
PL da Dosimetria
Questionado sobre o projeto de lei da dosimetria e a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula afirmou que tomará sua decisão com base no que for melhor para o país.
"Quando chegar na minha mesa, eu vou estar sentado com Deus e tomar a decisão. Eu só acho que o cidadão que tentou dar um golpe nesse país, que tentou fazer mentira o tempo inteiro na governança dele, que é responsável pela morte de metade das pessoas que morreram de covid pela irresponsabilidade dele, e nessa tentativa de golpe, tentando envolver as Forças Armadas, merece ser condenado. Eu não faço julgamento da quantidade de anos que ele foi condenado porque eu não conheço o processo, não conheço as provas, não sou advogado".
"O que eu sei é que quando chegar na minha mão eu vou tomar a decisão, e pode ficar certo que tomarei a decisão que eu achar que é melhor para o Brasil, e melhor para o Brasil será manter a democracia e a respeitabilidade que temos que ter na autonomia dos poderes brasileiros".
Eleições de 2026
Sobre a próxima eleição presidencial, Lula disse estar preparado e evitou escolher um possível adversário.
"Não posso dizer quem é o melhor adversário. Eu não escolho, só posso dizer o seguinte: estou preparado para enfrentar todos eles de uma vez só".
Relação com Trump
O presidente também falou sobre sua relação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem se mostrado cada vez melhor.
"O que eu tenho conversado com o Trump é que, primeiro, eu gosto de respeitar e ser respeitado. Nós temos 80 anos os dois. Eu tenho falado que duas pessoas nessa idade não têm o direito de brigar".
Segundo Lula, ele enviou recentemente uma mensagem a Trump solicitando a retirada de ministros brasileiros da lista de punidos pela Lei Magnitsky.
"Semana passada eu resolvi mandar uma mensagem pra ele, que ele precisa liberar todos os meus ministros que ele colocou nessa lei que pune pessoas de outro país. Disse pra ele que era importante lembrar que meus ministros estão sendo punidos porque cumpriram a Constituição. E nenhum ministro pode ser punido por cumprir a Constituição do seu país".
"Posso te dizer que a gente vai voltar à normalidade".









