Marcela Mattos
Marcela Mattos

Coluna da Marcela

Pós-graduada em Relações Governamentais, Marcela Mattos construiu a carreira na cobertura política. Trabalhou na Revista Veja, acompanhando o Congresso Nacional e o poder em Brasília, além de passar pelo g1, TV Globo e Correio Braziliense.

Política

Governo negocia a votação da dosimetria em troca da agenda econômica, diz Renan Calheiros

Senador do MDB diz que ação é uma ‘farsa’ e que não concorda com a manobra; CCJ deve retomar análise na tarde desta quarta-feira (17)

Imagem da noticia Governo negocia a votação da dosimetria em troca da agenda econômica, diz Renan Calheiros
Senador Renan Calheiros (MDB-AL) | Divulgação/Andressa Anholete/Agência Senado
Marcela Mattos

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou nesta quarta-feira (17), que foi procurado pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), em busca de um acordo pela votação do projeto da Dosimetria, que reduz as penas aos condenados pelos ataques do 8 de janeiro.

SBT News Logo

Siga o SBT News no Google Discover e fique por dentro das últimas notícias.

Siga no Google Discover

Durante a sessão da Comissão e Constituição e Justiça (CCJ), que começou a discutir o texto nesta manhã, Renan afirmou que o líder governista disse a ele que “concordava em deixar votar”, sem dar mais detalhes do encontro.

Ao SBT News, Calheiros detalhou que foi procurado por Jaques Wagner ainda durante a sessão e ouviu dele que havia um acordo para votar o projeto. “O Wagner me chamou lá e disse que concordava em deixar votar. Eu disse que não concordo, isso é uma farsa”, disse o senador.

Calheiros acrescenta que o argumento apresentado é a intenção de votar, ainda nesta quarta, o projeto que reduz benefícios tributários e eleva a taxação de bets e fintechs.

“Ele disse que tinha saído da reunião ministerial para falar comigo e ia voltar. Ele fez um acordo: deixar votar a dosimetria e votar o projeto da desoneração tributária. Está querendo votar para fechar as contas e negociou com a votação da dosimetria”, acrescentou o senador.

Renan Calheiros ainda aponta a manobra como a responsável pelo prazo de vista exíguo, de apenas quatro horas, concedido pelo presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA). Segundo o senador, a intenção de Alencar seria conceder um período de cinco dias, o que, na prática, inviabilizaria a votação ainda neste ano.

Nesta manhã, o senador Esperidião Amin (PP-SC), relator da proposta, apresentou seu parecer indicando que a redução das penas deve ser exclusiva aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro, o que fecharia a brecha de beneficiar outros tipos de crimes. Houve um pedido de vista e a sessão deve ser retomada ainda nesta tarde.

Procurado, o senador Jaques Wagner, que participa da reunião ministerial com o presidente Lula, ainda não se manifestou. O espaço segue aberto a manifestações.

Publicidade

Publicidade