Brasil adia lançamento de 1º satélite por problemas técnicos
Empresa sul-coreana identificou falha em componente de resfriamento com foguete

A empresa sul-coreana Innospace comunicou à Força Aérea Brasileira que precisou adiar o lançamento do foguete Hanbit-Nano do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, por problemas técnicos.
O lançamento estava previsto para esta quarta-feira (17). A nova data está marcada para sexta-feira (19), às 15h34.
Este será o primeiro lançamento de um foguete comercial à órbita terrestre em território brasileiro. Caso seja bem-sucedido, ele marca a estreia do Brasil neste mercado global, com Alcântara em posição estratégica no globo para atrair competitividade.
No lançamento previsto para sexta, a empresa Innospace, uma startup da Coreia do Sul, pretende colocar satélites em órbita baixa da Terra, a cerca de 300 km de altitude.
O problema técnico foi identificado pela empresa sul-coreana com o foguete já instalado num sistema integrado à plataforma de lançamento —última etapa antes do Hanbit-Nano ser colocado em posição ereta para o lançamento.
Foi detectado nos testes finais uma falha em um componente da unidade de resfriamento do sistema de alimentação do oxidante do primeiro estágio. Em comunicado, a empresa Innospace afirmou que não se trata de um problema estrutural, sendo necessária apenas a troca desse equipamento.
A Força Aérea Brasileira disse, em nota, que o adiamento respeita a janela de lançamento atualmente programada, que se estende até o dia 22 de dezembro.
“A Força Aérea Brasileira ressalta que mantém suas infraestruturas, sistemas e equipes técnicas plenamente operacionais, garantindo todo o suporte necessário para a realização do lançamento, em coordenação com os demais órgãos envolvidos”, completou.
O lançamento do foguete pode colocar o Centro de Alcântara no mercado global após anos de entraves e tentativas malsucedidas de levar satélites à órbita terrestre.
As expectativas são grandes, em especial, porque o Centro de Alcântara fica próximo da linha do Equador, região em que a velocidade angular da Terra é maior.
Isso significa que o foguete alcança uma velocidade maior nessa região do globo —o que traz economia de combustível e permite utilizar o espaço do foguete para armazenar outros itens.
O local também é próximo do mar e dá maior segurança para os lançamentos. Esse é outro diferencial uma vez que o foguete se despedaça no ar, e as partes da máquina podem cair no oceano, reduzindo riscos.









