PF faz buscas contra Sóstenes e Jordy por suposto desvio de verba parlamentar
Investigadores apuram ainda possível prática de lavagem de dinheiro
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (19) a operação Galho Fraco, com busca e apreensão em endereços ligados aos deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ). A citação aos parlamentares foi revelada pela coluna nas primeiras horas da manhã.
Para os investigadores, os dois deputados teriam utilizado verbas de gabinete para pagamentos a empresas de fachada, como a Harue Locação de Veículos, gerenciadas por seus próprios assessores. Foram expedidos sete mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e no estado do Rio de Janeiro.



A investigação aponta que a empresa Harue possui uma frota de apenas 5 veículos, o que é discrepante com o padrão de locadoras no Rio de Janeiro, e não funcionava no endereço declarado, indicando dissolução irregular.
As diligências foram autorizadas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), e baseiam-se na possível prática de três crimes principais:
- Peculato, com desvio de recursos da cota parlamentar;
- Lavagem de dinheiro, com utilização da técnica de "smurfing" (fracionamento de valores para burlar o controle financeiro)
- Organização criminosa, com a existência de uma estrutura ordenada com divisão de tarefas para ocultar valores ilícitos.
Defesas
Em nota, Jordy negou irregularidades:
"No dia de hoje, endereços ligados a mim e ao líder do meu partido, deputado Sóstenes Cavalcante, foram alvo de buscas da Polícia Federal, autorizadas pelo ministro Flávio Dino.
As diligências são um desdobramento de buscas realizadas em dezembro do ano passado e teriam como foco supostas irregularidades no aluguel de veículos do meu gabinete. Uma das alegações é que a empresa contratada — da qual sou cliente desde 2019 — possuiria apenas cinco veículos. Se o contrato existe há anos, o que a operação anterior não encontrou para justificar nova ação agora?
Não cabe ao parlamentar fiscalizar a frota ou a estrutura interna da empresa contratada, mas sim contratar o serviço mais eficiente e pelo menor custo, como sempre fiz.
É inadmissível, em uma democracia, que a Polícia Federal seja usada para intimidar parlamentares da oposição. Buscas contra deputados exigem indícios concretos de crimes graves e a atuação de autoridades imparciais.
Causa estranheza que eu e o deputado Sóstenes, justamente quando investigamos o roubo de bilhões do INSS, tenhamos endereços violados e documentos apreendidos enquanto exercemos nosso dever constitucional de fiscalização.
Seguirei firme na oposição e na CPMI do INSS. Essas ações não irão me intimidar nem interromper meu trabalho em defesa dos aposentados."
Sóstenes Cavalcante informou que falará sobre operação da PF em coletiva de imprensa às 12h, no Salão Verde da Câmara.















