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Relembre 10 vezes em que Bolsonaro atacou o sistema eleitoral brasileiro

Ex-presidente é investigado pela PF por tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito

Relembre 10 vezes em que Bolsonaro atacou o sistema eleitoral brasileiro
Jair Bolsonaro | Tânia Rego/Agência Brasil
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a ser investigado pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito. Ele é um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (8), e está proibido de se ausentar do país e de manter contato com outros investigados.

+ OUTRO LADO - Defesa de Bolsonaro confirma entrega de passaporte e diz que cumprirá afastamento de investigados

Uma das estratégias de Bolsonaro, nos últimos anos, tem sido a tentativa de desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, com diversas alegações – nunca comprovadas – de fraudes às urnas. O SBT News listou 10 situações em que Bolsonaro atacou o processo eleitoral do Brasil e as urnas eletrônicas:

1. 16 de setembro de 2018

Dias após levar uma facada em Juiz de Fora (MG), durante a campanha presidencial, Jair Bolsonaro fez uma live direto do hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado. No vídeo, ele desacredita o sistema eleitoral brasileiro e afirma que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria "programas que podem inserir via fraude uma média de 40 votos para o PT na maioria das seções do Brasil".

Bolsonaro fez live ainda no hospital | Reprodução/Youtube
Bolsonaro fez live ainda no hospital | Reprodução/Youtube

2. 9 de dezembro de 2018

Bolsonaro disse, durante uma reunião da Cúpula Conservadora das Américas, que seus apoiadores não deveriam confiar no processo de votação brasileiro, apesar de ter vencido no segundo turno das eleições presidenciais, em 28 de outubro, com 55,13% dos votos válidos. Segundo ele, um de seus primeiros projetos de governo seria apresentar uma “proposta de mudança de votação no Brasil”.

3. 10 de novembro de 2019

Bolsonaro se aproveitou da renúncia do presidente da Bolívia Evo Morales, ocasionada por suspeitas de fraude nas eleições, para atacar as urnas e defender o voto impresso no Brasil. Para isso, ele omitiu que nas eleições bolivianas os votos são feitos em cédulas de papel.

4. 9 de março de 2020

Bolsonaro durante evento em Miami | Alan Santos/PR
Bolsonaro durante evento em Miami | Alan Santos/PR

Jair Bolsonaro afirmou que houve fraude nas eleições de 2018, que o conduziram à Presidência, e que ele deveria ter sido eleito no primeiro turno. "Acredito que, pelas provas que tenho nas minhas mãos, que vou mostrar brevemente, eu fui eleito em primeiro turno. Mas no meu entender houve fraude", disse durante um evento em Miami, nos EUA.

Acionado três vezes na Justiça, ele nunca apresentou provas dessas fraudes.

5. 29 de julho de 2021

Em uma live, transmitida ao vivo pela TV Brasil, mídia pública do governo brasileiro, Bolsonaro questionou novamente as urnas eletrônicas. O então ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, participou da transmissão.

Segundo o presidente, existiam “indícios fortíssimos, ainda em fase de aprofundamento, que nos levam a crer que temos que mudar esse processo eleitoral”.

Quase um ano depois, em 18 de julho de 2022, o YouTube removeu o vídeo da plataforma, em um esforço para "reduzir a disseminação de informações enganosas".

6. 7 de setembro de 2021

Bolsonaro participou de um ato no feriado da Independência, na Avenida Paulista, em São Paulo. Lá, ele fez um discurso inflamado em que criticou a segurança das urnas e pediu eleições auditáveis. "Nós queremos eleições limpas, auditáveis e com contagem pública dos mesmos. Não posso participar de uma farsa como essa, patrocinada ainda pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral", disse.

Bolsonaro em ato na Avenida Paulista, em São Paulo | Reprodução
Bolsonaro em ato na Avenida Paulista, em São Paulo | Reprodução

Dois dias depois, em 9 de setembro, o presidente divulgou uma Carta à Nação em que recuou das declarações e afirmou que não teve "nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes". O documento foi escrito com a ajuda do ex-presidente Michel Temer (MDB).

7. 18 de julho de 2022

Na campanha pela reeleição, usando a estrutura do governo, Bolsonaro realizou um encontro com mais de 70 embaixadores para questionar as urnas eletrônicas.

Bolsonaro realizou reunião com embaixadores para questionar urnas eletrônicas | Clauber Cleber Caetano/PR
Bolsonaro realizou reunião com embaixadores para questionar urnas eletrônicas | Clauber Cleber Caetano/PR

Em junho de 2023 ele foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação à inelegibilidade por 8 anos.

+ Bolsonaro inelegível: o que acontece com o ex-presidente após condenação do TSE?

8. 22 de novembro de 2022

O Partido Liberal (PL), legenda de Jair Bolsonaro, questionou formalmente a segurança das urnas eletrônicas utilizadas no 2º turno das eleições gerais de 2022. Eles pediam a invalidação apenas do segundo turno, não do 1º – onde 99 deputados federais do PL foram eleitos.

O TSE multou o partido em mais de R$ 22 milhões por litigância de má-fé.

9. 10 de janeiro de 2023

Dois dias depois dos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, o ex-presidente compartilhou em seu perfil no Facebook um vídeo com alegações falsas sobre o processo eleitoral e a vitória de Lula na disputa pela Presidência da República. A publicação foi apagada horas depois.

Nas redes sociais, a postagem foi entendida como um aceno aos golpistas que atacaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do Supremo Tribunal Federal. A teoria conspiratória presente no vídeo era uma das narrativas mais comuns entre os bolsonaristas que questionavam o resultado das eleições e atacavam o Estado Democrático de Direito.

10. 28 de janeiro de 2024

Bolsonaro, mais uma vez, defendeu o voto impresso em uma superlive com os filhos Flávio, Carlos e Eduardo, um dia antes de Carlos – o filho 02 – ser alvo de operação da Polícia Federal contra o monitoramento ilegal feito pelo que tem sido conhecido como "Abin paralela".

Ele atacou as urnas eletrônicas no início da transmissão, citando o presidente Nicolás Maduro e o sistema eleitoral da Venezuela.

Flávio, Jair Bolsonaro, Eduardo e Carlos | Reprodução/Youtube
Flávio, Jair Bolsonaro, Eduardo e Carlos | Reprodução/Youtube
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