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Alexandre Ramagem é alvo de operação da Polícia Federal contra monitoramento ilegal na Abin

Deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro chefiou a agência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro

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Alexandre Ramagem
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A Polícia Federal (PF) realizou, na manhã desta quinta-feira (25), a Operação Vigilância Aproximada, mirando organização criminosa instalada na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que usava sistemas de geolocalização (GPS) para rastrear e monitorar dispositivos móveis (celulares e tablets) de autoridades e cidadãos sem autorização judicial. Um dos alvos é o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que chefiou a agência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Na ação de hoje, agentes cumpriram 21 mandados de busca e apreensão e suspenderam imediatamente sete policiais federais de suas funções públicas. Dezoito das 21 diligências ocorreram em Brasília (DF), incluindo o gabinete de Ramagem na Câmara dos Deputados e o apartamento funcional do parlamentar. As demais medidas foram em Juiz de Fora (MG), São João del-Rei (MG) e Rio de Janeiro (RJ).

A Vigilância Aproximada é desdobramento da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado.

A partir de provas obtidas naquela força-tarefa, a PF descobriu que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e "utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal".

Essa utilização ilegal da ferramenta teria ocorrido durante parte da gestão de Ramagem. Ele foi nomeado ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2019, e ficou no posto até 2022.

Segundo os investigadores, o grupo espionava e monitorava servidores do STF, advogados, jornalistas, policiais e até mesmo ministros da Suprema Corte por meio de um sistema de rastreamento usado pela agência, o FirstMile.

Esse programa de GPS, de origem israelense, "é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira". "A rede de telefonia teria sido invadida reiteradas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos", disse a corporação em outubro de 2023, em nota.

Os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

*Texto atualizado às 7h39

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