Governo comemora números da economia em meio a derrotas no Congresso
Foram apresentados dados da criação de vagas de empregos formais e da taxa de desemprego no trimestre encerrado em abril
O governo federal celebrou, nesta quarta-feira (29), os dados da criação de vagas de emprego formal em abril e da taxa de desemprego no trimestre encerrado no mês passado.
+ Lula assina MP que destina R$ 15 bilhões em crédito para empresas do Rio Grande do Sul
Números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados, hoje, pelo Ministério do Trabalho e Emprego mostram que o país abriu 240 mil vagas com carteira assinada no quarto mês de 2024, 34% mais que no mesmo período em 2023.
Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a taxa de desemprego caiu para 7,5%, o menor nível para um trimestre encerrado em abril desde 2014.
O resultado da criação de vagas formais trazido pelo Caged é o melhor para o quarto mês do ano desde o início da série histórica, em 2020. O setor de serviços foi o que mais fez admissões: 138 mil. Na sequência, vêm indústrias, com 36 mil, e construção, com 32 mil. Em relação às regiões, o Sudeste responde pelo maior número de vagas formais abertas, com 126 mil.
O salário médio das admissões foi de R$ 2.126,16 em abril. Comparado ao mês anterior, houve aumento real de R$ 36,96 — uma variação em torno de 1,77%. O levantamento também aponta que as maiores remunerações de "entrada" estão nas atividades da indústria de transformação, com R$ 2.285,08, e nos serviços de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, chegando a R$ 2.334,23.
+ RS: Lula pede que Alckmin converse com empresários para baratear preço de eletrodomésticos
Em relação à taxa de desemprego de 7,5% apontada pelo IBGE, significa que 8,2 milhões de pessoas estavam desocupadas no trimestre encerrado em abril. Na comparação com o trimestre de novembro de 2023 a janeiro de 2024, o número de desocupados caiu 0,1 ponto percentual (p.p). A taxa é também 1 p.p menor que a do mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 8,5% de desocupados.
A população ocupada no país chegou a 100,8 milhões, alta de 2,8% na comparação com o mesmo período de 2023. O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado foi a 38,188 milhões, o maior da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, iniciada 2012.
Os empregados sem carteira no setor privado são 13,6 milhões, outro recorde na série histórica.
Lula e Alckmin celebram
No X (antigo Twitter), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou parte dos números e disse que "o trabalho continua". Já o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), comentou o nível de desemprego.
"Acabamos de alcançar a 2ª menor taxa de desemprego para um mês de abril desde 2012, quando começou a pesquisa da PNAD Contínua. É também a menor taxa em 10 anos para o trimestre", escreveu.
"Mais uma vez, o resultado (7,5%) veio bem abaixo da expectativa do mercado (7,8%). Alguns dirão que é sorte, mas é o bom trabalho do governo Lula gerando emprego para todos".
Vulnerabilidade social
Outro dado sobre a situação socioeconômica do país divulgado nesta quarta-feira mostra que, em 2022, o Brasil registrou o seu melhor Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) desde 2018. A análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Todas as 27 Unidades Federativas tiveram um progresso em seu quadro socioeconômico, em comparação a 2021, se recuperando dos efeitos da pandemia de covid-19.
Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul deixaram o nível de baixa vulnerabilidade e passaram a integrar o grupo de muito baixa vulnerabilidade. Amazonas, Alagoas, Maranhão, Paraíba e Sergipe passaram da faixa média vulnerabilidade social para o patamar de baixa vulnerabilidade.
Derrotas no Congresso
Paralelo aos bons números, o governo sofreu uma série de derrotas nessa terça-feira (28), no Congresso Nacional. Os novos reveses envolvem a lei das "saidinhas" de presos do regime semiaberto, Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), acesso de cidadãos a armas e munições e fake news.
Apesar das derrotas, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou que o Executivo "saiu vitorioso". "Governo manteve seis vetos. Foi derrotado em quatro vetos. Seis é maior do que quatro", disse a jornalistas.