RS: Lula pede que Alckmin converse com empresários para baratear preço de eletrodomésticos
Petista também voltou a cobrar presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por redução maior na taxa básica de juros, a Selic
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), ações para baratear eletrodomésticos da "linha branca" no Rio Grande do Sul, estado afetado por chuvas e enchentes desde o fim de abril.
Lula usou como exemplo o que foi feito no setor da carne, em que empresas doaram 2 milhões de quilos ao RS. A ideia é que empresas que produzem eletrodomésticos deem descontos de 15% ao consumidor.
"Eu já pedi para o Alckmin conversar com os companheiros que fabricam a linha branca para que, neste momento no Rio Grande do Sul, as pessoas levem em conta que a gente vai ter que oferecer produtos da mesma qualidade, mas mais baratos, para que o setor também possa dar contribuição, como aconteceu com o setor da carne", disse o presidente.
A "linha branca" traz eletrodomésticos como cooktop, fogão, forno elétrico, refrigeradores (freezers e geladeiras), micro-ondas e máquinas de lavar (louça, roupas, tanquinho e lava e seca).
Lula não entrou em detalhes, mas após os anúncios no Palácio do Planalto, a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, deram entrevista coletiva para dar mais detalhes sobre a medida provisória e outras iniciativas que devem ser anunciadas.
"O que está se articulando é ver como é que a oferta desses produtos lá no comércio do Rio Grande do Sul possa contar com o desconto de 15%, que foi o que originalmente o setor tinha discutido com o vice-presidente Geraldo Alckmin", disse Belchior.
Cobrança a Campos Neto
Lula também voltou a cobrar publicamente o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, por uma redução maior na taxa básica de juros, a Selic. Na última reunião, no início de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) desacelerou o ritmo de queda, cortando 0,25% e estabelecendo a Selic em 10,50% ao ano.
Essa foi a sétima vez seguida que o Copom baixou a Selic. Mas, de agosto de 2023 a março de 2024, as reduções vinham sendo sempre de 0,5% a cada reunião.
Após assinar a MP que libera linhas de crédito especiais para atender empresas do RS, Lula disse que se a Selic for reduzida, empréstimos terão juros e spread bancário mais baratos.
"Eu espero que o presidente do Banco Central veja a nossa disposição de reduzir a taxa de juros e que ele, quem sabe, colabore conosco reduzindo a taxa Selic para a gente poder emprestar a taxa de juro mais barata, spread mais barata", disse.