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Brasil

Baião de dois, bolo e brigadeirão: relembre casos de envenenamento que chocaram o Brasil

Método silencioso, que geralmente usa pesticidas, medicamentos ou veneno em alimentos, causou mortes em famílias de Torres (RS) e Parnaíba (PI)

Imagem da noticia Baião de dois, bolo e brigadeirão: relembre casos de envenenamento que chocaram o Brasil
Bolo de Natal foi envenenado com arsênio; brigadeirão foi contaminado com morfina e clonazepam | Montagem: Divulgação/IGP-RS e Reprodução
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Dois casos de envenenamento, separados por mais de 3,9 mil quilômetros, chocaram o Brasil entre o dia 23 de dezembro e o Ano-Novo. O método silencioso, que geralmente usa pesticidas, medicamentos ou veneno em alimentos, matou três pessoas que comeram um bolo de Natal com arsênio em Torres, no Rio Grande do Sul, e outras quatro pessoas que ingeriram um baião de dois com terbufós em Parnaíba, no Piauí.

+ Exclusivo: Venda ilegal de "chumbinho" ainda acontece mesmo com proibição da Anvisa

Em ambos os casos, familiares foram presos por suspeita de cometerem o crime. O SBT News relembra, abaixo, seis casos de envenenamentos emblemáticos:

Bolo de Natal tinha arsênio

Três pessoas morreram e três foram internadas após comerem um bolo de Natal, no dia 23 de dezembro, em Torres, no Rio Grande do Sul. Deise Moura dos Anjos, nora de uma das vítimas, foi presa no último dia 5, sob acusação de triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e com emprego de veneno, e tentativa de triplo homicídio.

Ela também é suspeita de ter envenenado o sogro. Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise, morreu em setembro de 2024 após apresentar sintomas de uma intoxicação alimentar grave. Ele havia ingerido bananas e leite em pó dados pela nora. O corpo dele foi exumado e a perícia confirmou que ele ingeriu arsênio antes de morrer.

Segundo a investigação, a suspeita começou a pesquisar sobre veneno para matar humanos ainda nos meses de julho e agosto e depois comprou arsênio em duas oportunidades. De acordo com pessoas próximas, a relação dela com Zeli dos Anjos, a sogra, era conturbada.

Deise Moura dos Anjos, suspeita do crime, com os sogros, Zeli dos Anjos e Paulo Luiz | Reprodução/Redes sociais
Deise Moura dos Anjos, suspeita do crime, com os sogros, Zeli dos Anjos e Paulo Luiz | Reprodução/Redes sociais

Zeli foi intoxicada nas duas ocasiões. Ela recebeu alta na manhã da última sexta-feira (10). As vítimas fatais foram duas irmãs de Zeli e uma sobrinha: Neusa Denise Silva dos Santos, 65 anos, Tatiana Berenice Silva dos Anjos, 43, e Maida Berenice Flores da Silva, 58. O marido de Maida e um menino de 10 anos, neto de Neuza, também foram envenenados, mas se recuperaram.

Mortos após comerem baião de dois

Francisco de Assis Pereira da Costa foi preso na última quarta-feira (8) por suspeita de ter envenenado com terbufós o baião de dois que matou quatro pessoas da mesma família em Parnaíba, no litoral do Piauí. Outras quatro pessoas foram internadas.

Morreram dois enteados de Francisco, Manoel Leandro da Silva, 18, e Francisca Maria da Silva, 32, e dois filhos de Francisca: Igno Davi, de 1 ano e 8 meses, e Maria Lauane, de 3 anos.

Igno Davi, Maria Lauane, Manoel Leandro e Francisca Maria morreram envenenados | Reprodução
Igno Davi, Maria Lauane, Manoel Leandro e Francisca Maria morreram envenenados | Reprodução

Francisco teria cometido o crime por ter "sentimento de ódio" pela enteada. O homem, segundo a Polícia Civil, tinha "nojo" e "raiva" da mulher e acreditava que ela era uma "criatura de mente vazia".

Outros dois filhos de Francisca Maria morreram envenenados cinco meses antes. A polícia investiga, agora, se os crimes têm ligação. Uma vizinha da família, que foi presa por suspeita de ter contaminado cajus com terbufós e dado para os irmãos Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel da Silva, 7, foi solta nessa segunda-feira (13) após perícia confirmar que as frutas não foram envenenadas.

Ulisses Gabriel e João Miguel morreram em agosto de 2024 | Reprodução
Ulisses Gabriel e João Miguel morreram em agosto de 2024 | Reprodução

Dividiram açaí com chumbinho

Duas crianças morreram depois de comerem um açaí com chumbinho, em Cavalcanti, na Zona Norte do Rio de Janeiro, em outubro de 2024. Rafael da Rocha Furtado, ex-namorado da mãe de Benjamin Ribeiro Rodrigues, de 7 anos, é o principal suspeito do crime. Ele se entregou à polícia em novembro.

Rafael da Rocha Furtado, suspeito de envenenar meninos, se entregou à Polícia; Benjamin (na foto, em cima) e Ythallo (na foto, embaixo) comeram açaí com chumbinho | Reprodução
Rafael da Rocha Furtado, suspeito de envenenar meninos, se entregou à Polícia; Benjamin (na foto, em cima) e Ythallo (na foto, embaixo) comeram açaí com chumbinho | Reprodução

O homem foi buscar Benjamin na escola e ofereceu o açaí ao menino. Ythallo Raphael Tobias Rosa, de 6 anos, não seria alvo do suspeito, mas acabou morrendo porque trocou um bombom por um pouco de açaí do amigo.

Milkshake do ex

Um milkshake de morango com chumbinho matou Vitória da Conceição Pereira, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio, em agosto de 2024. O ex-namorado dela, Deivid Santana, foi preso pelo crime.

Deivid indicou Vitória para uma faxina e depois convenceu o contratante a dar a bebida, comprada por ele, para a vítima. Segundo o morador da casa, ele disse que gostaria de fazer uma "surpresa" para a ex-namorada.

Vitória tinha medidas protetivas contra o ex e já havia denunciado ele duas vezes, relatando que era perseguida. A última denúncia foi registrada em 31 de julho, cinco dias antes de morrer. Segundo ela, Deivid não aceitava o fim do relacionamento.

Vitória da Conceição Pereira tinha 23 anos | Reprodução
Vitória da Conceição Pereira tinha 23 anos | Reprodução

Brigadeirão envenenado

O corpo do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond foi encontrado em estado de decomposição no dia 20 de maio de 2024, no apartamento onde morava no Engenho Novo, Zona Norte do Rio de Janeiro. Segundo as investigações da Polícia Civil, a psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, namorada da vítima, foi quem o envenenou com altas doses de morfina e clonazepam em um brigadeirão.

O crime teria acontecido a mando da mentora espiritual Suyany Breschak. A psicóloga queria quitar uma dívida com Suyany com os bens de Ormond, de acordo com as investigações.

Júlia teria envenenado o companheiro com um brigadeiro três dias antes, no dia 17 de maio. Imagens das câmeras de segurança do prédio mostram o casal no dia do crime, a caminho de casa. O homem aparece sonolento e tossindo, com um prato na mão – a "arma" do crime. A companheira aparece ao lado, segurando duas garrafas de cerveja.

Luiz Marcelo e Júlia | Reprodução
Luiz Marcelo e Júlia | Reprodução

Recebeu buquê e bombons com veneno

Lindaci Viegas Batista de Carvalho morreu após receber um buquê de flores anônimo junto com uma caixa de bombons envenenados com chumbinho, em maio de 2023, em Vila Isabel, zona norte do Rio de Janeiro. Ela recebeu o "presente" no dia do seu aniversário de 54 anos.

Lindaci recebeu buquê de flores e uma caixa com bombons envenenados | Reprodução
Lindaci recebeu buquê de flores e uma caixa com bombons envenenados | Reprodução

Susane Martins da Silva foi presa como suspeita do crime. Ela era ex-namorada do ex-marido da vítima, Mário Sérgio Grativol. Susane e Lindaci se relacionaram com o homem, de 60 anos, em momentos diferentes. O ciúme da mulher pode ter sido um dos motivos para o envenenamento, segundo as investigações.

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