Vizinha presa injustamente por envenenamento de garotos deixa prisão no Piauí
“Eu vou para casa da minha família, vou descansar em paz”, afirmou Lucélia da Conceição aos jornalistas, depois de cinco meses presa
Vicklin Moraes
com informações da TV Cidade Verde
Lucélia Maria da Conceição, de 58 anos, foi solta nesta segunda-feira (13), após um laudo da perícia descartar a presença de veneno nos cajus que deu a duas crianças que acabaram morrendo envenenadas em Parnaíba, no litoral do Piauí. Ela deixou a Penitenciária Feminina às 19h sorrindo e acenando aos jornalistas.
“Eu estava dizendo a verdade, mas ninguém acreditava. Só a minha família e o advogado", disse.
Ela falou rapidamente com a imprensa na saída do presídio e disse que ia para a casa da família. Lucélia teve a casa destruída por vizinhos, que incendiaram o local após as denúncias de que ela havia colocado veneno nos cajus e dado a duas crianças. Ela estava presa há cinco meses. A prisão em flagrante, no dia 23 de agosto, foi convertida em preventiva.
O laudo da Polícia Científica do Piauí revelou que os irmãos Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel da Silva, de 7 anos, não foram mortos com cajus envenenados. As crianças morreram em agosto de 2024, cinco meses antes de outras quatro pessoas da mesma família, incluindo a mãe delas, morrerem intoxicadas pelo mesmo pesticida.
Relembre o caso
Ulisses e João Miguel foram envenenados em agosto do ano passado, cerca de cinco meses antes de sua mãe, Francisca Maria da Silva, dois irmãos e um tio também morrerem intoxicados por terbufós em Parnaíba, no litoral do Piauí. O padrasto da mulher, Francisco de Assis Pereira da Costa, foi preso na última quarta-feira (8) e é o principal suspeito dos dois crimes.