Suspeita de matar namorado com brigadeiro envenenado se entrega à polícia
Júlia Andrade Cathermol Pimenta estava foragida desde 22 de maio; ela foi presa no local
Júlia Andrade Cathermol Pimenta, suspeita de envenenar e matar o namorado Luiz Marcelo Antônio Ormond, se entregou à polícia na noite de terça-feira (4). Vestindo um moletom branco, ela foi presa na 25ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro e levada à Casa de Custódia de Benfica, onde deve passar por audiência de custódia.
Júlia estava foragida desde 22 de maio, quando prestou depoimento à polícia. Na data, o delegado Marcos Buss disse que ainda não havia base legal para prendê-la. Pouco tempo depois, um mandado de prisão temporária por homicídio qualificado foi emitido.
A aparição de Júlia aconteceu após o depoimento da mãe e do padrasto, Carla Cathermol e Marino Leandro. Eles chegaram à 25ª DP pouco depois das 19h e foram ouvidos em salas separadas. Outras testemunhas foram ouvidas pela polícia na segunda-feira (3), incluindo um outro namorado de Júlia, identificado apenas como Jean.
Além de Júlia, a cartomante Suyany Breschak também foi presa pelo crime. Ela é suspeita de ser cúmplice do assassinato para se beneficiar financeiramente, já que Júlia possuía uma dívida de R$ 600 mil com ela. Outro detido é Victor Ernesto de Souza Chaffin, pelo crime de receptação por receber o carro da vítima dias após o homicídio.
Relembre o caso
O corpo do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond foi encontrado em estado de decomposição no dia 20 de maio, no apartamento onde morava no Engenho Novo, Zona Norte do Rio. De acordo com a investigação da polícia, Júlia teria envenenado o companheiro com um brigadeiro três dias antes, no dia 17 de maio.
Imagens das câmeras de segurança do prédio mostram o casal no dia do crime a caminho de casa. O homem aparece sonolento e tossindo, com um prato na mão – a "arma" do crime. A companheira aparece ao lado, com duas garrafas de cerveja nas mãos.
Conforme o delegado, a motivação do assassinato teria sido o cancelamento da união estável do casal. "A motivação é econômica. Temos elementos que a Júlia estava em processo de formalização de uma união estável com a vítima. Mas, em dado momento, o que nos parece, é que a vítima desistiu da formalização da união", explicou.
Compra do veneno
Em depoimento à polícia, o funcionário de uma farmácia afirmou que Júlia apresentou uma receita médica para comprar o remédio Dimorf – à base de morfina –, indicado para o alívio da dor intensa aguda e crônica. A suspeita é que o medicamento, comprado no início de maio, tenha sido usado no brigadeiro que o empresário comeu.