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Saúde

Dia do Colesterol: o que você precisa saber sobre condição silenciosa que pode causar infarto e AVC?

SBT News reuniu seis informações essenciais que todo mundo deveria conhecer para evitar os riscos do colesterol elevado; saiba mais

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Nível de colesterol no sangue precisa ser monitorado por exames periódicos | Freepik
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Você está bem, não sente dor, não percebe nada de diferente... e, de repente, vem o susto: um infarto. Ou um AVC. Assim é o colesterol alto, uma ameaça silenciosa que avança sem avisar e pode ter consequências graves se não for controlado.

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Neste 8 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Colesterol, o SBT News entrevistou especialistas e reuniu seis informações essenciais que todo mundo deveria conhecer para evitar os riscos do colesterol elevado, condição que atinge 4 em cada 10 adultos no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.

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1 - Colesterol bom x ruim: desequilíbrio é perigoso

O colesterol é uma gordura produzida naturalmente pelo corpo e também obtida por meio da alimentação. Ele se divide em dois tipos:

  • LDL (colesterol “ruim”): se acumula nas artérias e pode obstruir o fluxo sanguíneo.
  • HDL (colesterol “bom”): atua como um "faxineiro", ajudando a remover o excesso de LDL do sangue.

O problema não é ter colesterol, mas ter mais do tipo ruim do que do bom, segundo José Francisco Kerr Saraiva, presidente do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

"O que é importante ressaltar é que o colesterol LDL, que é o colesterol considerado “ruim”, é produzido no fígado e seus níveis elevados estão intimamente associados ao aumento da chance de um indivíduo desenvolver aterosclerose (placas de gordura no coração), infarto e acidente vascular cerebral", explica.

Esse desequilíbrio é o que aumenta o risco de doenças cardiovasculares, e só é possível detectá-lo com exames periódicos.

2. Colesterol alto não dá sinais

Diferente da pressão alta, por exemplo, o colesterol elevado não provoca sintomas perceptíveis. Segundo Saraiva, você pode viver com os níveis alterados por anos e até décadas e só descobrir após um evento grave, como um infarto ou um AVC.

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Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 67% dos brasileiros não conhecem seus próprios índices de colesterol, o que dificulta o diagnóstico precoce e impede a prevenção das complicações associadas.

As doenças cardiovasculares matam cerca de 400 mil pessoas por ano no Brasil, uma média de mais de mil mortes por dia.

3. Comida influencia seu colesterol, mas não só

A alimentação tem papel direto no controle do colesterol. No entanto, segundo Samara Rodrigues, endocrinologista e nutróloga do Grupo Valsa Saúde e membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), como a maior parte do colesterol é produzida pelo fígado, pode ser necessário medicação para o controle.

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"A alimentação influencia, sim, principalmente quando rica em gorduras saturadas e trans, mas os alimentos em si não são a principal fonte de colesterol do corpo", ressalta.

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Segundo a especialista, os riscos alimentares ocorrem quando essas dietas restringem carboidratos e ricas em gorduras saturadas, como carnes vermelhas, queijos gordurosos e manteiga, já que isso causa o aumento do colesterol LDL, o “ruim”.

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Evite:

  • Frituras;
  • Embutidos (como salsichas e linguiças);
  • Ultraprocessados;
  • Alimentos ricos em gordura trans.

Inclua:

  • Frutas e legumes;
  • Grãos integrais;
  • Peixes (ricos em ômega 3);
  • Azeite de oliva.

4. Movimentar-se é remédio para o coração

Não precisa virar atleta. Caminhar, dançar, pedalar ou subir escadas já ajuda muito, segundo os especialistas.

Exercícios físicos:

  • Melhoram a circulação
  • Fortalecem o coração
  • Aumentam o HDL (colesterol bom)
  • Ajudam a baixar o LDL (colesterol ruim)

A recomendação é praticar pelo menos 150 minutos de atividade moderada por semana, o equivalente a 30 minutos por dia, cinco vezes por semana.

Segundo Saraiva, a atividade física pode colaborar para que as frações do colesterol HDL ("colesterol bom", aquele considerado protetor) possam ser mais elevadas.

De acordo com o especialista, isso colabora para o que ele chama de "transporte reverso do colesterol", que reduz o colesterol ruim. Além disso, pode ajudar a reduzir os índices de triglicérides.

5. Estresse pode piorar o seu colesterol

Segundo José Francisco, embora o estresse não esteja associado a uma elevação do LDL (colesterol "ruim"), ele se associa a um aumento das taxas do VLDL, é um colesterol dependente de triglicérides, um tipo de gordura também presente no corpo.

"Esse é um colesterol que também tem uma contribuição na formação de placa de aterosclerose. Certamente o estresse, aumentando os níveis de triglicérides e do VLDL, se associa a uma chance maior de eventos cardiovasculares.", ressalta.

Mas o especialista lembra que o estresse também associa-se ao risco cardiovascular relacionado ao aumento de "catecolaminas" como adrenalina, noradrenalina, carlinas, o que gera elevação da pressão arterial, elevação da frequência cardíaca e arritmias cardíacas.

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"Inclusive pode ser, em situações extremas, um gatilho para ruptura de placas dentro dos vasos, formação de trombos e obstrução do vaso, levando muitas vezes ao ataque cardíaco, o infarto do miocárdio", ressalta.

6. Taxas ideais de colesterol ruim não são iguais para todos

Segundo o cardiologista do Hospital Albert Einstein Elzo Mattar, as metas devem ser individualizadas de acordo com o risco cardiovascular. Pessoas com alto risco precisam de metas mais rigorosas, buscando manter o LDL abaixo de 70mg/dL.

Já para as pessoas que são de muito alto risco, que já apresentaram infarto ou AVC, por exemplo, os níveis devem ficar abaixo de 50mg/dL.

"Hoje, diante de tantas evidências científicas, temos a certeza de que quanto menor o nível de LDL colesterol, melhor", pontua.

O que muitos ainda ignoram?

Mesmo quem já teve um infarto, por exemplo, muitas vezes não mantém o controle adequado do colesterol. Estima-se que:

  • Mais de 90% dos pacientes de risco não conseguem manter o LDL abaixo de 50 mg/dL, valor considerado ideal para quem já teve eventos cardíacos;
  • Cerca de 50%, segundo o Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA, abandonam o tratamento com estatinas, um dos medicamentos utilizados no tratamento da condição, em até dois anos, o que compromete seriamente os resultados.

Em muitos casos, o uso de medicamentos é necessário e não deve ser negligenciado, segundo Saraiva. Mas o primeiro passo é sempre conhecer os próprios níveis, o que só é possível com exames de sangue simples e acompanhamento médico regular.

“A prevenção começa na atenção. É preciso garantir que todo brasileiro tenha acesso a acompanhamento clínico e exames periódicos.", reforça o especialista.

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O interesse de busca por "Dia do Colesterol" está em alta no Google Brasil, na comparação com os últimos 12 meses. Os dados são do Google Trends.

Interesse de busca por "Dia do Colesterol" em alta no Google Brasil | Reprodução/Google Trends
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