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AVC é segunda maior causa de mortalidade no Brasil; saiba como evitar

Jornalista Arnaldo Jabor morreu em decorrência de complicações; acidente também pode deixar sequelas

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paciente em hospital
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O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda maior causa de mortalidade e incapacidade funcional no Brasil e no mundo, segundo dados da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Na última 3ª feira (15.fev), o jornalista e cineasta Arnaldo Jabor morreu aos 81 anos após complicações de um AVC. A fatalidade trouxe à tona uma doença que afeta um em cada seis indivíduos no mundo. Essas informações são da World Stroke Organization (Organização Mundial de AVC, em tradução livre). 

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A neurologista vascular Márcia Silva Santos Neiva explica que o acidente ocorre quando a circulação de sangue e de oxigênio no cérebro é interrompida, sendo que há dois tipos: "O AVC isquêmico acontece quando um coágulo entope o vaso cerebral, e o AVC hemorrágico ocorre quando o vaso se rompe e o sangue extravasa para o cérebro".

As causas são diversas. Segundo a neurologista, a pressão alta é o principal fator, mas não o único. "Diabetes, alterações do colesterol, arritmias cardíacas, tabagismo e obesidade também podem levar a um AVC", elenca a médica. 

Tratamento e sequelas

Melissa Barbosa Gonçalves Domenico, servidora pública, presenciou a situação em casa, com a mãe. "Minha mãe passou mal quando estava na academia de ginástica e ficou inconsciente, sem atendimento, por mais ou menos 4 horas. No dia foi tratado como labirintite, o diagnóstico correto só veio uns 15 dias depois", relembra. "Só então começamos o tratamento", acrescenta.

Segundo o Hospital Albert Einstein, após um acidente, os pacientes são tratados com anticoagulantes. A prevenção com medicamentos como TPA -- que também é um anticoagulante -- pode minimizar danos cerebrais, enquanto outros tratamentos concentram-se em limitar complicações e prevenir mais acidentes vasculares cerebrais. 

O mais importante, ressalta Márcia Silva Santos Neiva, é dirigir-se a um hospital já nas primeiras horas para evitar a morte e as sequelas, que incluem dificuldade de locomoção, fala e visão. A Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares (SBDCV) relata que cerca de 70% das pessoas acometidas por acidente vascular cerebral não conseguem ter condições de retomar as atividades profissionais, em decorrência das sequelas. 

Ainda segundo a SBDCV, metade dos pacientes perde autonomia e acaba precisando de cuidadores para realizar tarefas diárias. "O AVC, quando deixa sequelas, tem um fardo psicológico e social importante, desestabilizando a rotina familiar e sobrecarregando nosso sistema econômico, de saúde e de previdência, uma vez que muitos pacientes ainda economicamente ativos são forçosamente retirados de suas funções sociais e laborativas", pontua a neurologista. 

No caso da mãe de Melissa, o acidente gerou uma demência vascular. "Infelizmente nos foi dito que, no caso dela, é irreversível, incurável e progressivo", lamenta a filha.

O que fazer?

Para a médica, ao menor sinal de que um AVC pode estar ocorrendo, o paciente deve ser imediatamente levado ao hospital. No caso da mãe da servidora pública, ela apresentou sinais quando ficou desorientada por quase cinco horas, mas confundiu situações cotidianas. 

Neiva enumera os sintomas da doença: "Perda de força ou dormência de um lado do corpo, dificuldade para falar, alteração no sorriso ('boca torta') e perda de visão''. Ela reforça que o AVC é caracterizado pela perda súbita de uma função cerebral. 

A neurologista sugere que usem a palavra Samu para identificar um paciente acometido pela doença: 

"S de sorriso (peça ao paciente para sorrir e veja se a boca está torta)
A de abraço (peça ao paciente para levantar os braços e simular um abraço, avalie se um dos braços não se levanta ou tem dificuldade para se movimentar)
M de música (peça ao paciente para tentar cantar uma música ou falar uma frase, e veja se a fala está alterada)
U de urgente (ligue para o Samu ou vá logo para o hospital)."

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