Suspeito de participar da execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes é morto no Paraná
Umberto Alberto Gomes teria entrado em confronto com os policiais, segundo secretário de Segurança Pública de São Paulo
Emanuelle Menezes
Robinson Cerantula
Um suspeito de participar da execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi morto na manhã desta terça-feira (30), em Curitiba, no Paraná. A informação foi confirmada em um vídeo pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, e pelo atual delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian.
+ Caso Ruy Ferraz Fontes: um dos atiradores está entre detidos, afirma Derrite
Umberto Alberto Gomes, de 39 anos, era considerado foragido. Ao ser identificado pelos investigadores, ele escapou de um cerco formado pela Polícia Civil na última terça-feira (23) e fugiu para o Paraná.
Segundo Dian, policiais da Força Tarefa responsável pela investigação da morte de Fontes descobriram o paradeiro do suspeito e foram para o estado no sábado (27). Nesta terça, no momento da prisão, houve um confronto e Umberto acabou atingido por tiros.
"Esse indivíduo preferiu entrar em confronto com os policiais aqui de São Paulo, com apoio dos policiais do Paraná, e foi neutralizado", afirmou Dian em vídeo.
Umberto foi identificado por meio de impressões digitais encontradas em uma casa usada pelos criminosos, em Mongaguá, no litoral paulista. O imóvel, mostrado em primeira mão pelo SBT, fica a 27 quilômetros do local onde o ex-delegado foi morto, em Praia Grande. Na casa, peritos encontraram digitais e material genético em diversos pontos.
Condenado por roubo e organização criminosa, o suspeito tinha passagens por cadeias de cinco cidades diferentes. Segundo Derrite, a suspeita é de que Umberto seja um dos atiradores que executou Fontes.
Outros suspeitos
No total, dos oito suspeitos de participação na morte de Ruy Ferraz Fontes identificados até agora, quatro estão presos:
- Dahesly Oliveira Pires, que teria pegado um dos fuzis usados no crime, em Praia Grande (SP), e levado para a Grande São Paulo;
- Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como "Fofão", que teria ajudado na fuga dos assassinos;
- Rafael Marcell Dias Simões, o "Jaguar". Segundo Derrite, ele seria um dos executores;
- William Silva Marques, dono da casa usada como "quartel-general" dos criminosos
Outros três seguem foragidos: Luiz Antonio Rodrigues de Miranda, Felipe Avelino da Silva e Flávio Henrique Ferreira de Souza.
Felipe, conhecido como Mascherano, possui passagens pela polícia desde a adolescência, envolvendo tráfico de drogas e roubo. As impressões digitais dele e de Flávio foram encontradas em um dos veículos utilizados no crime.

Já Luiz Antonio foi identificado como o homem que pagou Dahesly para resgatar o fuzil na Praia Grande. Segundo os investigadores, a mulher – que foi a primeira detida por suposto envolvimento no caso – reconheceu Luiz por fotografia.

Ruy Ferraz Fontes foi morto a tiros na noite de 15 de setembro, momentos após deixar a Secretaria de Administração em Praia Grande, no litoral paulista, onde trabalhava. A execução do ex-delegado aconteceu na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, no bairro Nova Mirim, e foi registrada por câmeras de monitoramento.
Reconhecido por ser a primeira autoridade a combater a facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e por prender Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe máximo do grupo, Fontes era constantemente citado como inimigo pela liderança do PCC, o que reforça a suspeita de que o atentado tenha sido uma retaliação planejada.
Além da possibilidade de vingança, as autoridades também trabalham com a hipótese de que a atuação dele à frente da Secretaria de Administração da Prefeitura da Praia Grande tenha contrariado criminosos.