Exclusivo: Dono de casa usada como QG para assassinos de Ruy Ferraz Fontes nega ligação com o crime
Em entrevista ao SBT, William Silva Marques afirmou que não sabia que estava alugando o imóvel para criminosos
Fabio Diamante
Robinson Cerantula
O dono da casa em Praia Grande, no litoral paulista, usada como "Quartel General" de criminosos que assassinaram o ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, falou com exclusividade ao SBT. William Silva Marques afirmou que não sabia que estava alugando o imóvel para criminosos.
"Foi um mal entendido. Eu já estava disposto [a se entregar] desde quarta-feira (17). O advogado queria me apresentar desde quarta-feira.", disse William. "Não precisava da prisão desde do começo", complementou
O detido foi interrogado nesta segunda-feira (22) e disse que a casa havia sido alugada por apenas dois dias. William chegou a ter a prisão decretada no último sábado (20) por não ter comparecido para prestar depoimento conforme combinado e por não entregar seu celular às autoridades. No dia seguinte, ele se apresentou à polícia.
+ Jovem de 20 anos é assassinada com 60 facadas no interior de Pernambuco
QG do crime
Segundo os investigadores, o imóvel funcionava como um verdadeiro "Quartel General" dos assassinos. Na residência, peritos encontraram impressões digitais e material genético em vários pontos. A casa fica a menos de 10 quilômetros do local onde ocorreu a emboscada.
O crime aconteceu há uma semana, quando o ex-delegado, que trabalhava como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande, foi executado ao sair do prédio municipal.
Ainda de acordo com a investigação, Dahesly Oliveira Pires, suspeita que já está presa, retirou de dentro da casa um dos fuzis usados no assassinato e entregou a Luiz Antônio Rodrigues de Miranda, que continua foragido.
Outro investigado, Rafael Marcell Dias Simões, conhecido como Jaguar, também se entregou no fim de semana. A polícia aponta que ele participou diretamente da execução e fugiu da Baixada Santista com a ajuda de Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão, que já foi preso.
Nesta segunda-feira (22), a viúva de Ruy Ferraz Fontes prestou depoimento no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Professora de inglês, ela declarou que o marido nunca relatou ameaças ou preocupações ligadas a negócios na prefeitura.
As imagens de câmeras de monitoramento da cidade mostram que os criminosos rondavam a região antes da execução. Para os investigadores, o ex-chefe da Polícia Civil de São Paulo não tinha noção do risco que corria e seguia sua rotina normalmente.