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Veja os diagramas da Polícia Federal sobre elos de Bolsonaro, militares e aliados com a trama golpista

Documentos inéditos do inquérito entregue para STF mostra ligações de indiciados nos ataques às urnas, minuta do golpe e no atentado a autoridades

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Esquema montado pela PF com envolvidos no plano para prender Alexandre de Moraes. (Crédito: Reprodução)
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A Polícia Federal montou diagramas para facilitar a identificação de vínculos dos alvos e fatos apurados nos inquéritos da suposta trama golpista encabeçada por Jair Bolsonaro, em 2022. O objetivo era impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e "neutralizar" o ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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O ex-presidente Bolsonaro, os generais Walter Braga Netto (ex-Casa Civil e candidato a vice) e Augusto Heleno (ex-GSI), o tenente-coronel Mauro Cid (ex-ajudante de ordens e delator) e outros indiciados pela PF estão identificados e ligados diretamente à trama golpista, nos diagramas.

Os analistas da PF montaram mapas com os elos dos cabeças e dos fatos principais da trama golpista, em uma ordem cronológica. Material inédito, consultado pelo SBT News, está reunido em inquéritos que serviram para o relatório final, que está com a Procuradoria Geral da República (PGR) desde terça-feira (25).

Um dos digramas mostra Bolsonaro e os elos entre os alvos que planejaram a missão "Copa 2022", que prenderia Moraes no dia 15 de dezembro, com possibilidade de mortes, e a minuta do golpe, texto de um decreto presidencial que fecharia o TSE.

No relatório final de quase 900 páginas, a PF concluiu que Bolsonaro liderou, atuou e planejou atos golpistas. Foram indiciados ainda 36 aliados da trama, entre eles, Braga Netto, Heleno, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, os ex-ministros Anderson Torres (Justiça) e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Defesa) e o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem (atual deputado federal).

O primeiro relatório final da PF que indiciou Bolsonaro por tentativa de golpe une dados e provas de quatro inquéritos que têm o ex-presidente como alvo central. Os diagramas são de relatórios de análises de agentes para subsidiar as apurações.

Os documentos unem os inquéritos das falsas vacinações contra covid-19 (Operação Venire), da Abin Paralela no governo (Operação Última Milha), dos ataques a ministros de delegados e da minuta do golpe (Operação Tempus Veritatis) e a mais recentes sobre o plano Copa 2022 para prender ou matar Moraes (Operação Contragolpe), desta terça-feira (19).

Os mapas de ligações fazem parte dos 18 volumes do inquérito entregue à PGR. O fato deve reforçar a posição da PGR de juntar os casos para fazer uma única denuncia criminal contra Bolsonaro.

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Na última segunda-feira, o ex-presidente negou qualquer envolvimento em uma tentativa de golpe de estado ou na trama para matar autoridades. Ele disse que a palavra "golpe" nunca esteve em seu dicionário e que "é uma loucura falar em golpe com um general da reserva e cinco oficiais militares".

Minuta no Alvorada

Outro mapa montado pela PF no inquérito e que não aparece no relatório final tornado público pelo STF nesta semana, mostra os envolvidos na reunião do dia 19 de novembro de 2022, no Palácio do Alvorada, residência oficial do presidente.

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Bolsonaro teria lido a minuta do golpe e mandado fazer acertos. Os dados de pessoas que entraram no local levantada pela PF e os termos da delação de Mauro Cid, confirmaram as digitais do ex-presidente, para investigadores.

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A PGR deve unir mais de um indiciamento contra Bolsonaro e aliados para fazer uma acusação mais robusta, em 2025, avaliam investigadores. Na Operação Venire, de maio de 2023, por exemplo, que prendeu Mauro Cid e o levou a fazer delação, Bolsonaro está indiciado desde março deste ano.

Os indiciados apresentaram, via defesas, pedidos para acesso a todos arquivos dos inquéritos. Além de negar crimes, a maioria pede a nulidade das medidas, em recursos nos processos.

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