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Política

Bolsonaro reconhece que será condenado pelo STF: "O sentimento é que vai acontecer"

Ex-presidente falou sobre sua condição jurídica à Reuters após ser alvo de busca e apreensão em operação da Polícia Federal

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Ex-presidente Bolsonaro em entrevista à Reuters após operação da PF | Reprodução/X/Twitter
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entende que será condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo em que é réu por tentativa de golpe de Estado.

“O sentimento é que vai acontecer. Até o mês que vem [a prisão]. Mais ou menos 20 de agosto é o julgamento”, declarou em entrevista à agência Reuters nesta sexta-feira (18).

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A fala ocorreu após o ex-presidente ser alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF), determinada pela Corte.

A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro Alexandre de Moraes autorizou a ação e estipulou medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, por entender que Bolsonaro confessou uma tentativa de extorsão contra a Justiça ao condicionar o fim da taxação imposta pelo presidente norte-americano Donald Trump ao Brasil à sua própria anistia.

Além disso, o Supremo Tribunal Federal entendeu que havia possibilidade de fuga do ex-presidente, tendo em vista o recente pedido da PGR para sua condenação pela tentativa de golpe de Estado.

Uma das medidas cautelares impostas pelo STF foi o impedimento de Bolsonaro manter contato com seu filho, Eduardo, que está nos Estados Unidos articulando uma resposta política em favor do pai.

Questionado sobre esse ponto na entrevista à Reuters, Bolsonaro afirmou que se trata de uma “covardia” e voltou a criticar Alexandre de Moraes:

“Covardia. Covardia de um togado. Há poucos meses, na questão do passaporte, a PGR deu parecer contra a apreensão do passaporte do Eduardo”, disse.

E completou:

“Por que? Porque a ditadura está avançando no Brasil. Eles me acusam de dar um golpe desde que assumi o governo, em 2019. Toda semana tinha pelo menos uma intervenção do Supremo Tribunal Federal no governo federal. Você não vê nenhuma intervenção agora, em dois anos e meio. Muito pelo contrário. Ou seja, é um magistrado que tem superpoderes. A gente costuma dizer que é aquele cão pastor”, afirmou.

Por fim, Jair Bolsonaro declarou que há um ativismo judicial no Brasil e que os ministros do Supremo agem para desmobilizar políticos.

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Alvo da PF

O ex-presidente foi alvo de mandado de busca e apreensão durante operação da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (18). Bolsonaro foi escoltado por agentes para a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) do Distrito Federal, onde uma tornozeleira eletrônica foi colocada nele.

Além do uso da tornozeleira eletrônica, Moraes determinou outras medidas cautelares que devem ser cumpridas pelo ex-mandatário. São elas:

  • recolhimento domiciliar de 19h às 6h durante a semana e integral em fins de semana e feriados;
  • proibição de se comunicar com embaixadores e autoridades estrangeiras;
  • respeitar a distância de 200 metros de embaixadas e consulados;
  • proibição de falar com outros réus e investigados nas ações penais sobre tentativa de golpe de Estado;
  • proibição de se comunicar com o filho Eduardo Bolsonaro;
  • proibição de se ausentar da comarca sem autorização judicial;

o acesso a redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros, também está proibido.

As buscas foram realizadas tanto na casa do ex-presidente quanto na sede do Partido Liberal (PL) em Brasília. Na residência de Bolsonaro, a PF apreendeu US$ 14 mil e R$ 8 mil. O celular do ex-mandatário e um pen drive, que estaria escondido em um banheiro, também foram levados pelos agentes.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes se deu após representação da PF, que teve parecer favorável da Procuradoria-Geral da República. Ao Supremo, a PGR ressaltou a necessidade de imposição de medidas cautelares ao ex-presidente para "assegurar a aplicação da lei penal e evitar a fuga do réu".

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