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Política

Bolsonaro diz que "nunca" pensou em sair do Brasil e chama operação da PF de "suprema humilhação"

Ex-presidente falou a jornalistas após ser alvo de buscas da Polícia Federal; ele não pode acessar redes sociais e está usando tornozeleira eletrônica

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Jair Bolsonaro (PL) falou a jornalistas nesta sexta-feira (18) após operação da Polícia Federal (PF) contra ele, em ação que realizou buscas na casa do ex-presidente e no escritório dele na sede do partido PL, em Brasília. "Nunca pensei em sair do Brasil", afirmou o ex-mandatário. "No momento, é um novo inquérito, e estou dentro dele", continuou, chamando a força-tarefa de "suprema humilhação". Perguntado sobre eventual prisão, disse que "tudo pode acontecer".

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou medidas cautelares que incluem tornozeleira eletrônica, restrição de deslocamento, apreensão de celular e proibição de se comunicar com investigados, réus, embaixadores e diplomatas. "O [inquérito] do golpe é inquérito político", afirmou Bolsonaro, dizendo que a Corte "não tem prova de nada".

Bolsonaro fala a jornalistas após operação da PF | Reprodução
Bolsonaro fala a jornalistas após operação da PF | Reprodução

Bolsonaro também está proibido de falar com os filhos "02" e "03", o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde março. "Os advogados estão buscando acesso às peças para entender o que está acontecendo", apontou.

"Espero que julgamento seja técnico e não político", diz Bolsonaro

O ex-presidente voltou a negar, como fez em outra conversa com jornalistas nesta semana, participação ou liderança em uma tentativa de golpe de Estado após eleições de 2022. "Nada de concreto existe ali e a própria PF não me botou no 8 de janeiro. PGR foi além do que viu no inquérito e botou. Golpe sem Forças Armadas, sem armas. Golpe de festim. Julgamento, eu espero que seja técnico e não político", acrescentou.

Na segunda (14), a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STF condenação de Bolsonaro e outros sete réus, entre ex-ministros e ex-comandantes das Forças Armadas, do chamado "núcleo crucial" da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

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Na coletiva de imprensa de hoje, Bolsonaro confirmou outras medidas realizadas contra ele, como apreensão de dinheiro (R$ 8 mil e US$ 14 mil) e proibição de sair de casa à noite em dias de semana e de forma integral em sábados e domingos e de acessar redes sociais.

"Nunca pensei em ir pra embaixada. Mas cautelares foram em função disso. Não posso me aproximar de embaixada. Tenho horário pra ficar na rua", continuou. "É a quarta busca e apreensão contra mim", reclamou.

Novo inquérito e tarifaço de Trump

O novo inquérito instaurado por Moraes aponta suspeita de crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação e atentado à soberania. Segundo o STF, a PF apontou que Bolsonaro e Eduardo "vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América, com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro".

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Sobre a taxa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a exportações brasileiras, Bolsonaro fez críticas à reação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e declarou que "só o Brasil não está negociando". "Em 2019, Trump era presidente, queria impor tarifa sobre aço e alumínio. Resolvi e não foi tarifado. O mundo todo [está] com tarifas [hoje]", completou.

Uma das justificativas para a tarifa de Trump ao Brasil é a suposta perseguição política a Bolsonaro. O mandatário norte-americano chamou diversas vezes de "caça às bruxas" os processos do STF que investigam o ex-presidente. Nessa quinta (17), Trump enviou uma carta ao brasileiro.

"A carta, ele me cita porque fizemos um bom governo juntos lá atrás. Quem foi conversar com ele fez um bom acordo. E o Brasil é um país importante. Mas o Lula teima em ficar ao lado de ditadores. Ele fica o tempo todo alfinetando o governo americano. Ele quer que seja tratado com cordialidade? Agora o povo todo vai sofrer", falou.

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