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Economia

CNI defende não retaliação a tarifa dos EUA e propõe ações ao governo para proteger indústria brasileira

Entidade defende diálogo e diz estar organizando uma missão empresarial ao país norte-americano para ampliar os canais de interlocução

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O presidente da CNI, Ricardo Alban, e o vice-presidente Geraldo Alckmin | Júlio César Silva/MDIC
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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou nesta quarta-feira (30) que não é o momento de retaliação diante da decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

Em vez disso, a entidade defende o reforço do diálogo com Washington e propôs ao governo federal oito medidas emergenciais para proteger a competitividade das empresas nacionais.

“Acreditamos que não é hora de retaliar. Seguimos defendendo a negociação como forma de convencer o governo norte-americano de que essa medida é uma relação de perde-perde para os dois países, não apenas para o Brasil”, disse o presidente da CNI, Ricardo Alban.

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Entre as propostas apresentadas à equipe do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), estão:

  • Financiamento emergencial via BNDES com juros entre 1% e 4% ao ano para capital de giro de empresas afetadas;
  • Ampliação do prazo de contratos de câmbio de exportação de 750 para 1.500 dias, nas modalidades ACC e ACE;
  • Prorrogação de prazos e carência em financiamentos voltados ao comércio exterior, como PROEX e BNDES-Exim;
  • Aplicação de medidas antidumping provisórias e reforço na estrutura de resposta a desvios de comércio;
  • Adiamento por 120 dias do pagamento de tributos federais, com possibilidade de parcelamento sem multa ou juros;
  • Pagamento imediato de créditos tributários de PIS/Cofins e IPI já homologados pela Receita Federal;
  • Ampliação do Reintegra, com elevação da alíquota de ressarcimento para 3% nas exportações;
  • Reativação do Programa Seguro-Emprego (PSE), com ajustes para preservar empregos em empresas exportadoras.

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A CNI também disse estar organizando uma missão empresarial aos Estados Unidos para ampliar os canais de interlocução entre empresas brasileiras e norte-americanas e alertar para os impactos negativos do tarifaço.

“Nosso papel é ser um facilitador e o nosso objetivo é sensibilizar as empresas para que elas sensibilizem o governo”, afirmou Alban.

Apesar da exclusão de 694 produtos da nova tarifa, como aeronaves, combustíveis, celulose e suco de laranja, setores estratégicos como carnes, café, etanol e máquinas ficaram de fora das isenções e devem ser afetados diretamente.

A CNI afirma ainda que os Estados Unidos são o principal destino das exportações da indústria de transformação brasileira. Apenas em 2024, cada R$ 1 bilhão exportado ao país gerou 24,3 mil empregos e R$ 3,2 bilhões em produção no Brasil.

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