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Maduro confirma ligação com Trump e diz que conversa foi "respeitosa e cordial"

Presidente venezuelano não revelou conteúdo do diálogo, mas deu "boas-vindas" à diplomacia

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Presidente Nicolás Maduro | Reprodução/Twitter maduro_en

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou na quarta-feira (3) que conversou por telefone com o líder norte-americano Donald Trump. Segundo ele, a ligação ocorreu há cerca de 10 dias e foi “respeitosa e cordial”.

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"A Casa Branca ligou para o Palácio de Miraflores e eu conversei com o presidente Donald Trump. Se essa ligação significa que estamos caminhando para um diálogo respeitoso entre os Estados, entre os países, então seja bem-vindo o diálogo, seja bem-vinda a diplomacia, porque sempre buscaremos a paz”, disse Maduro.

A ligação, revelada pelo The New York Times, já havia sido confirmada por Trump. À jornalista, o republicano disse que iria fornecer detalhes do diálogo, dizendo que a "ligação não foi boa nem ruim". "Foi uma ligação telefônica", frisou.

Fontes ouvidas pela imprensa norte-americana, contudo, disseram que o presidente teria dado um ultimato para Maduro renunciar ao cargo e deixar a Venezuela imediatamente.

"Você pode salvar a si mesmo e aqueles que estão mais próximos a você, mas precisa deixar o país agora", teria dito Trump, oferecendo passagem segura para Maduro, sua esposa e seu filho "se ele concordasse em renunciar imediatamente". O líder venezuelano teria recusado deixar o cargo de imediato, e feito uma série de contra-exigências, incluindo imunidade mundial contra processos judiciais.

Tensão militar

Venezuela e Estados Unidos encontram-se em meio a uma tensão militar desde setembro, quando Washington iniciou uma operação naval contra o narcotráfico no Caribe e no Pacífico, perto das costas da Venezuela e da Colômbia. O presidente Donald Trump acusa cartéis latino-americanos de transportarem drogas para o território norte-americano pelo mar.

A operação despertou alerta no governo Maduro, que começou a mobilizar militares e milicianos para reforçar o patrulhamento da fronteira. Isso porque o líder venezuelano teme que a operação naval norte-americana seja uma ofensiva disfarçada, com o objetivo de mudar o regime do país à força. Ele acusa Trump de colonialismo.

Essa preocupação aumentou nas últimas semanas devido ao aumento da presença militar norte-americana no Caribe. Além de navios de guerra e submarinos já mobilizados, a Casa Branca enviou caças F-35 à região, bem como o porta-aviões USS Gerald R. Ford, considerado o maior e mais moderno do mundo.

Além disso, para isolar o país, Trump disse que as companhias aéreas deveriam considerar o espaço aéreo da Venezuela como "totalmente fechado". O presidente não deu detalhes, gerando mais ansiedade em Caracas.

Em outra frente, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos designou o Cartel de los Soles como uma organização terrorista estrangeira. A pasta afirma que o grupo é liderado por Maduro e oferece suporte logístico e operacional a facções criminosas como o Trem de Aragua e o Cartel de Sinaloa. Apesar de o líder venezuelano negar as acusações, a medida impulsiona a possível justificativa para uma ação militar.

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