Economia

Empresas brasileiras correm para exportar antes de tarifaço nos EUA

Empresários têm pressa nos envios de máquinas e produtos antes da nova tarifa americana, que entra em vigor nesta sexta-feira (1º)

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Numa fábrica localizada em São Paulo, trinta por cento das máquinas que produzem doces e salgados têm como destino o mercado internacional. Metade das peças é exportada para os Estados Unidos. A empresa, que normalmente envia de 10 a 15 máquinas a cada 30 dias para o país norte-americano, decidiu antecipar os embarques neste mês e mandou 32 unidades — mais que o dobro do habitual. A medida foi tomada para evitar as novas tarifas que entram em vigor na sexta-feira.

“Criamos um pequeno estoque lá para poder atender os clientes. Essas máquinas grandes são de alto valor, então mandamos tudo pra lá”, afirmou o dono da empresa.

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Mesmo com contratos firmados com companhias aéreas, a fábrica teve que pagar o dobro do valor habitual pelo frete neste mês. Outras empresas, que utilizam transporte marítimo, chegaram a gastar três vezes mais para garantir que as mercadorias chegassem a tempo aos Estados Unidos. “Ficou mais caro, mas ainda mais barato do que os 50% que pagaríamos depois”, explicou um dos empresários.

Apesar do custo maior, o transporte aéreo garante mais agilidade. No terminal de cargas do aeroporto de Viracopos, em Campinas, o segundo maior do Brasil, o movimento tem sido intenso. É justamente essa rapidez que os empresários, fora da lista de exceções ao tarifaço, estão buscando: uma verdadeira corrida contra o tempo.

“Na realidade, hoje, quem deixou pra embarcar de última hora teve que lançar mão de tarifas expressas. São tarifas que garantem o embarque e podem passar de cinco, seis vezes o custo”, afirma um especialista do setor.

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Além dos preços elevados, há outro desafio: a falta de espaço para tanto volume de carga enviada aos Estados Unidos. Segundo o gerente comercial de uma empresa de transporte internacional, o modal aéreo tem capacidade limitada. “Na última semana teve uma disparada e, como é de se imaginar, o modal aéreo é limitado no que tange espaço e capacidade”, explicou o gerente.

No Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, o maior complexo logístico portuário do país, a cena se repete: caminhões parados, aguardando embarque em voos que ninguém sabe se vão chegar a tempo de evitar o tarifaço.

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