Carros elétricos viram novo alvo do crime organizado no Rio de Janeiro
Estado concentra três em cada 10 roubos desse tipo no país e lidera aumento nos registros em 2025
SBT Brasil
Os carros elétricos se tornaram o novo foco de ação do crime organizado no Rio de Janeiro. Três em cada 10 roubos desse tipo de veículo registrados no Brasil ocorrem no estado fluminense.
Segundo o Sindicato das Seguradoras (SindSeg), enquanto o Brasil teve uma queda de 10% nos roubos de veículos elétricos, o Rio de Janeiro se destacou pelo aumento de 30,4%, impulsionado principalmente pela ação rápida de grupos armados.
Entre janeiro e outubro deste ano, 675 carros elétricos foram roubados ou furtados no estado, número que já supera o total de 2023, quando houve 637 ocorrências. Em 2024, o total chegou a 831.
De acordo com Bernardo Câmara, vice-presidente do SindSeg RJ/ES, "o Rio de Janeiro teve uma queda mais ou menos de 15% no índice de roubo e furto, enquanto os veículos elétricos não acompanham isso e se mantêm no maior patamar histórico, na casa de 800 veículos roubados por ano".
A expansão da frota também acompanha o crescimento dos crimes. O Brasil tem hoje 1,2 milhão de veículos elétricos em circulação, sendo 108 mil no Rio de Janeiro.
Especialistas afirmam que o interesse dos criminosos por carros elétricos está ligado à evolução tecnológica desses veículos, que agora oferecem maior autonomia. Antes, era necessário levá-los a pontos de recarga específicos para mantê-los em circulação. Atualmente, algumas comunidades do Rio funcionam como estações clandestinas de recarga, permitindo que os assaltantes abasteçam os veículos sem sair do território.
"Os criminosos usam esses veículos dentro das comunidades pela dificuldade de recuperação. No caso do Rio de Janeiro, os veículos elétricos permitem que os criminosos circulem dentro das comunidades sem a necessidade de sair para reabastecer o veículo e com uma recarga muitas vezes gratuita", destaca Bernardo Câmara.
Além da autonomia, o alto valor das peças desses carros também aumenta o interesse dos grupos criminosos. Após o roubo, os veículos são desmontados ou levados para desmanches fora do estado.









