Primeiro-ministro libanês endossa apelo por cessar-fogo entre Israel e Hezbollah: "É possível"
Fronteira do país vem sendo o principal local do conflito entre as forças; escalada preocupa comunidade internacional
O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, saudou, nesta quinta-feira (26), o apelo dos Estados Unidos e aliados por um cessar-fogo temporário na fronteira do país, onde acontece o conflito entre Israel e o grupo Hezbollah. Apesar de achar ser possível, ele disse que a trégua depende do compromisso internacional de Israel.
"O que estamos testemunhando é uma escalada sem precedentes, com novos meios e mecanismos, especialmente eletrônicos, para prejudicar meu povo. O agressor afirma ter como alvo apenas homens armados, mas garanto que os hospitais do Líbano estão cheios de civis feridos, incluindo dezenas de mulheres e crianças", disse Mikati.
O apelo conjunto foi lançado pelos países após a reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). No documento, as nações pedem uma trégua imediata de 21 dias nos combates e o início de rodas de negociações. O objetivo é “pôr um fim” na escalada dos conflitos e evitar uma nova guerra no Oriente Médio.
Isso porque os ataques israelenses contra o grupo, baseado no Líbano, acontecem em paralelo à guerra na Faixa de Gaza, onde os soldados israelenses seguem tentando “disseminar” o grupo palestino Hamas. Em quase um ano de guerra, o enclave já registrou mais de 40 mil mortes, além do deslocamento de 90% da população.
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Mesmo com o pedido de cessar-fogo, Israel continua atacando. Na noite de quarta-feira (25), as tropas atingiram cerca de 75 alvos do Hezbollah no sul do Líbano, incluindo instalações de armazenamento de armas e lançadores prontos para disparar. Pouco antes, um outro ataque atingiu um prédio residencial, resultando na morte de 23 sírios.
O que está acontecendo entre Israel e Hezbollah?
A tensão entre Israel e Hezbollah, registrada desde sempre, voltou a aumentar em outubro de 2023, quando começou a ofensiva em Gaza. Para demonstrar apoio ao Hamas, o grupo começou a disparar projéteis contra Israel, que decidiu responder aos ataques.
Nesta semana, uma onda de bombardeios israelenses deixou 644 mortos e 1,6 mil feridos no Líbano. Em resposta, o Hezbollah lançou um míssil em direção a Tel Aviv para atingir a agência de inteligência israelense Mossad – que foi interceptado pelos sistemas de defesa. Essa foi a primeira vez que o grupo mirou uma área densamente povoada.
O temor é que a escalada dos conflitos resulte em uma nova guerra no Oriente Médio, o que poderia resultar em um número catastrófico de mortos. Além do Hezbollah e Hamas, o Irã disse que não ficaria indiferente em caso de uma guerra total entre Israel e Hezbollah e que apoiaria o grupo em casos de defesa do Líbano e dos cidadãos libaneses.