EUA e aliados pedem cessar-fogo de 21 dias entre Israel e Hezbollah
Manifesto acontece em meio ao temor de uma nova guerra no Oriente Médio
Os Estados Unidos, ao lado de aliados como Austrália e União Europeia, pediram um cessar-fogo temporário entre Israel e o grupo extremista Hezbollah. Em comunicado divulgado na noite de quarta-feira (25), os países apelaram por uma pausa imediata de 21 dias nos combates – que começaram a se intensificar nas últimas semanas.
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“A situação entre o Líbano e Israel é intolerável e apresenta um risco inaceitável de uma escalada regional mais ampla. Isto não é do interesse de ninguém, nem do povo de Israel, nem do povo do Líbano. É tempo de concluir um acordo diplomático que permita aos civis de ambos os lados regressar às suas casas em segurança”, diz o texto.
Com o cessar-fogo temporário, os países pedem que Israel e Hezbollah iniciem imediatamente uma rodada de negociações para “pôr fim” aos temores de uma nova guerra no Oriente Médio. Isso porque os ataques israelenses contra o grupo, baseado no Líbano, acontecem em paralelo à guerra na Faixa de Gaza, onde os soldados israelenses seguem tentando “disseminar” o grupo palestino Hamas.
“Apelamos a todas as partes para que deem uma oportunidade real a um acordo diplomático. Estamos então preparados para apoiar plenamente todos os esforços diplomáticos para concluir um acordo entre o Líbano e Israel neste período, com base nos esforços dos últimos meses, que ponha fim a esta crise”, finaliza o comunicado.
O que está acontecendo entre Israel e Hezbollah?
A tensão entre Israel e Hezbollah, registrada desde sempre, voltou a aumentar em outubro de 2023, quando começou a ofensiva em Gaza. Para demonstrar apoio ao Hamas, o grupo começou a disparar projéteis contra Israel, que decidiu responder aos ataques.
Nesta semana, uma onda de bombardeios israelenses deixou 644 mortos e 1,6 mil feridos no Líbano. Em resposta, o Hezbollah lançou um míssil em direção a Tel Aviv para atingir a agência de inteligência israelense Mossad – que foi interceptado pelos sistemas de defesa. Essa foi a primeira vez que o grupo mirou uma área densamente povoada.
A escalada dos conflitos chegou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, que marcou uma reunião de emergência para discutir o tema. “Para todos os lados, digamos em uma voz clara: parem com a matança e a destruição. Diminua o tom da retórica e das ameaças. Afaste-se da beira do abismo”, disse o secretário-geral António Guterres.
A fala, no entanto, foi rejeitada pelo embaixador de Israel na ONU, Danny Danon. Segundo ele, “nenhum outro país se comportaria de maneira diferente de Israel, diante dos ataques através de suas fronteiras do norte e do sul”.
"Nenhuma nação ficaria de braços cruzados enquanto seus cidadãos fossem atacados. Na semana passada, Israel realizou ataques precisos no Líbano contra os centros de comando do Hezbollah e locais de lançamento de mísseis. Nunca mais o povo judeu se esconderá dos monstros cujo propósito na vida é assassinar judeus”, disse Danon.
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Em meio ao cenário, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi, alertou para uma situação "extremamente explosiva". Para ele, se o conflito entre Israel e Hezbollah não for controlado, uma "catástrofe sem precedentes seria inevitável".