Imagens mostram momento em que dono do Banco Master é preso em raio-x do Aeroporto de Guarulhos
Daniel Vorcaro recebeu voz de prisão ao tentar embarcar em um avião particular; ele foi alvo de operação da PF que mirou emissão de títulos de crédito falsos

Warley Júnior
Caroline Vale
Imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, recebeu voz de prisão no raio-x do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, na noite de segunda-feira (17).
Segundo a Polícia Federal (PF), Vorcaro tentava deixar o país em uma aeronave particular para Malta. No pedido de habeas corpus apresentado nesta quarta-feira (19), a defesa nega que ele estivesse fugindo do país, alegando que o destino final do voo era Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para se encontrar com compradores do banco. As imagens do investigado no raio-x do aeroporto foram obtidas pelo Estadão e cedidas ao SBT. Veja:
+ Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, tentava deixar o país em avião particular quando foi preso


O empresário foi alvo de uma operação da PF que apura esquema de emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional (SFN).
A prisão ocorreu poucas horas depois de o consórcio liderado pela Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Banco Master, movimento que veio cerca de um mês após o Banco Central (BC) barrar a tentativa de aquisição pelo BRB.
Na manhã dessa terça (18), o BC determinou a liquidação extrajudicial do Master e bloqueou os bens de controladores e ex-administradores. Com a decisão, todas as negociações de venda ficam automaticamente suspensas.
Operação Compliance Zero
A operação, chamada Compliance Zero, foi deflagrada pela PF nessa terça (18). Além de Vorcaro, outras seis pessoas foram presas.
Além disso, a PF cumpriu 25 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal. Foram apreendidos carros de luxo, obras de arte, relógios, R$ 1,6 milhão em espécie e uma aeronave.
+ Entenda como o Banco Master teria fraudado a venda de títulos, segundo a Polícia Federal
Segundo a PF, as investigações começaram em 2024, após uma requisição do Ministério Público Federal (MPF) para apurar a possível criação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira. Esses títulos teriam sido vendidos a outro banco e, posteriormente, substituídos por novos ativos sem a devida avaliação técnica, após fiscalização do BC.
A apuração envolve suspeitas de gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa e outros crimes relacionados à atuação do setor financeiro.
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A corporação diz que o esquema pode ter movimentado R$ 12,2 bilhões. Esse valor foi bloqueado pela justiça.








