Randolfe nega crise e diz que conversa entre Lula e Alcolumbre ocorrerá “em algum momento”
Senador afirma que divergências são circunstanciais e reforça que a indicação de Jorge Messias ao STF será aprovada


Jessica Cardoso
Márcia Lorenzatto
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), negou nesta segunda-feira (1º), ao SBT News, que exista uma crise entre o Executivo e o Legislativo em razão da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo ele, é certo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), terão uma conversa sobre o assunto.
“Em algum momento, conversarão o presidente Lula e o presidente Davi Alcolumbre. Não há possibilidade dessa conversa não ocorrer. O presidente Davi Alcolumbre tem sido um aliado do governo e da agenda que o governo está construindo. [...] Não tem crise e o ministro Messias será aprovado”, disse.
Questionado sobre o incômodo de Alcolumbre por ter tomado conhecimento da indicação pela imprensa, Randolfe voltou a classificar o episódio como pontual.
“Houve um desencontro de posições, é eventual, é circunstancial. Eu repito, não há crise”, afirmou.
Sobre o cronograma no Senado, Randolfe evitou confirmar se o relator da indicação de Messias, senador Weverton Rocha (PSD-MA), apresentará o parecer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na quarta-feira (3).
“Ocorrerá no momento oportuno. Mais cedo ou mais tarde ocorrerá, sem dúvida, a sabatina e a votação sobre a designação do senhor Messias para o Supremo Tribunal Federal. O mais importante que isso é o diálogo entre o presidente Lula e o presidente Davi. E esse diálogo ocorrerá”, declarou.
O senador também citou o regimento interno para explicar que a publicação do nome de Messias no Diário Oficial não encerra a etapa formal necessária.
“O artigo 130 diz que é necessário a comprovação das informações, ou seja, tudo processado para que seja deflagrado o processo”, disse.
Embora Lula tenha anunciado Messias e publicado a escolha no Diário Oficial, a mensagem presidencial que formaliza o início da tramitação no Congresso ainda não foi enviada. A ausência de envio é interpretada nos bastidores como uma forma de adiar a sabatina marcada por Alcolumbre para 10 de dezembro.
“Feita a escolha pelo Presidente da República e publicada no Diário Oficial da União, causa perplexidade ao Senado que a mensagem escrita ainda não tenha sido enviada, o que parece buscar interferir indevidamente no cronograma estabelecido pela Casa, prerrogativa exclusiva do Senado Federal”, disse Alcolumbre.








