Lula publica vídeo em que caminha por hospital após procedimentos na cabeça; veja
Ontem presidente passou por uma embolização, para bloquear o fluxo sanguíneo em uma artéria e prevenir novo sangramento
Emanuelle Menezes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou um vídeo em suas redes sociais, nesta sexta-feira (13), em que aparece caminhando pelo Hospital Sírio-Libanês de São Paulo. As imagens mostram o petista um dia após o procedimento feito em sua cabeça para bloquear o fluxo sanguíneo entre artérias e prevenir um novo sangramento intracraniano.
Lula passou por uma embolização da artéria meníngea média dois dias após ser operado para tratar um hematoma entre o crânio e o cérebro – resultado de uma queda no banheiro do Palácio do Alvorada, em outubro.
Mais cedo, o presidente deixou a UTI, segundo boletim médico divulgado pelo hospital. Ainda de acordo com os médicos, ele segue "lúcido e orientado".
Na publicação desta sexta, Lula agradeceu pelas orações e disse que está "firme e forte". No vídeo, ele aparece andando pelos corredores do hospital com o neurocirurgião Marcos Stavale, responsável pelos procedimentos desta semana. É possível ver um curativo na parte de cima da cabeça do presidente. Veja:
Cirurgia e embolização
Lula deu entrada no Hospital Sírio-Libanês de Brasília na segunda-feira (9), alegando mal-estar e dores de cabeça. No local, ele passou por uma ressonância magnética, que detectou uma hemorragia intracraniana de um hematoma decorrente do acidente domiciliar ocorrido em outubro – em que precisou levar cinco pontos na cabeça.
O presidente, então, foi transferido para a unidade do hospital em São Paulo, onde passou pelo procedimento cirúrgico – conhecido como trepanação. No caso de Lula, as perfurações no crânio foram feitas em duas lâminas da meninge, seguidas da colocação de um dreno, por onde sai o sangue acumulado após a hemorragia.
A embolização, realizada nesta quinta, já era prevista desde a intervenção cirúrgica, segundo Kalil. De acordo com o médico pessoal de Lula, o procedimento é um desdobramento rotineiro para casos como o do petista.
"Já estava sendo discutido, como complemento à cirurgia inicial, essa embolização, porque quando você drena o hematoma, existe uma possibilidade de, no futuro, as pequenas artérias causarem um sangramento. Este novo procedimento é para minimizar o risco disso acontecer. E [o procedimento] é de baixo risco", disse.
Em coletiva de imprensa na quinta, o neurocirurgião Marcos Stavale disse que a embolização bloqueou a circulação de sangue no local em que o presidente teve o hematoma, entre o crânio e o cérebro. O risco de novos sangramentos, segundo o médico, "é estatisticamente desprezível". O neurologista Rogério Tuma disse que a probabilidade do hematoma se refazer "é de menos de 5%".
"(Lula) Está neurologicamente perfeito. Está ótimo, conversando", disse Stavale.
Queda no banheiro
Lula cortava as unhas, sentado em um banco, quando escorregou e bateu a cabeça, no banheiro do Palácio da Alvorada, em Brasília, no dia 19 de outubro. Ele precisou levar cinco pontos na região occipital – localizada na parte de trás da cabeça – e teve um hematoma subdural, entre o crânio e o cérebro.
O presidente foi orientado a evitar viagens aéreas de longa distância e só foi liberado após três semanas.