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Política

Gilmar Mendes critica demora nos julgamentos do STF e pede cuidado com democracia

Decano participou da série do SBT sobre os 35 anos da Constituição. Confira a íntegra da entrevista

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Gilmar Mendes em seu gabinete no STF
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Na semana de aniversário dos 35 anos da Lei maior do país, o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes defende que as comemorações no ano da invasão criminosa às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no 8 de janeiro, tornam a data ainda mais simbólica.  

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"Eu acho que nós vamos ter que estar sempre atentos para a defesa da democracia. Foi um aprendizado que nós devemos estar muito atentos para as redes sociais. Nós vimos que toda essa trama que resulta no 8 de janeiro vem das redes", avalia Gilmar, em referência às mobilizações pelas redes sociais, feitas dias antes dos ataques. 

Para o ministro mais antigo do STF, o episódio de quase ruptura democrática chama atenção para a importância do diálogo e da atuação responsável de todos os atores envolvidos.  

"Nós devemos tentar educar as pessoas, chamar as pessoas para as suas responsabilidades. Precisamos cada qual discutir o que é possível fazer para aprimorar as instituições", afirma Mendes.

Choro e vergonha 

Gilmar Mendes também admite que não conteve as lágrimas quando visitou as instalações do STF destruídas, um dia depois dos ataques de 8 de janeiro. E citou constrangimento após os ataques antidemocráticos. 

"Não resisti, chorei. Porque, de fato, ao ver uma casa que eu frequento há tantos anos, ser tão vilipendiada. E fiquei um pouco com vergonha de todos nós, porque de alguma forma, é como se o Brasil tivesse permitido esse desastre. É uma pergunta que a gente sempre tem que fazer. Como chegamos a esse ponto? E a segunda pergunta é: o que nós devemos fazer para não permitir que tal coisa se repita? E eu acho que o Brasil tem dado respostas a isso", avalia.

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Soane Guerreiro e o decano do STF, ministro Gilmar Mendes | Reprodução/SBT

Em conversa com a jornalista Soane Guerreiro, em seu gabinete no STF, em Brasília, dias antes da troca de comando no Supremo -- com a posse do novo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso -- Gilmar Mendes defendeu um novo modelo interno para dar mais eficiência aos julgamentos. O ministro adiantou, inclusive, que o tema já vem sendo discutido.

"O que nós estamos debatendo é a melhoria no processo de deliberação de eventualmente podermos ter, ao invés de votos que se sobrepõe ou que se sucedem, termos talvez um relator que tente conciliar posições e representar se não a unanimidade, pelo menos a maioria do tribunal. Isso nós estamos discutindo", avalia o magistrado. "Mas certamente não precisamos levar dez sessões para decidir sobre um caso, porque cada voto se alonga. Talvez nós pudéssemos ser mais sintéticos e nos comunicar de uma maneira mais adequada", conclui Gilmar.

Confira a íntegra da entrevista: 

35 anos da Constituição
A partir desta 3ª feira (3.out) o SBT Brasil exibe uma série de reportagens sobre os 35 anos da Constituição Federal, comemorados na próxima 5ª feira (4.out).

A série aborda a história, os avanços, as conquistas e os desafios para garantir os direitos previstos na lei maior do país. Um conjunto de leis que resiste há trinta e cinco anos, mesmo após a invasão dos prédios dos três poderes da república, em oito de janeiro

Foram ouvidos personagens importantes para a construção da Constituição, como Benedita da Silva, única deputada constituinte negra, e personalidades que hoje zelam pela manutenção do texto, como o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso. 

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