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Polícia

PMs presos faziam segurança de Gritzbach; atirador foi identificado por reconhecimento facial

Corregedoria prendeu 14 policiais da escolta ilegal do delator do PCC, além de um cabo da PM acusado de ser um dos executores

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Gritzbach foi executado em novembro de 2024; PM Denis Antônio Martins é acusado de ser um dos atiradores | Reprodução
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A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo prendeu, nesta quinta-feira (16), 14 PMs acusados de fazer a escolta ilegal de Antônio Vinícius Gritzbach, delator do PCC executado no Aeroporto de Guarulhos em novembro do ano passado.

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Segundo o secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, os policiais tinham conhecimento de que Gritzbach continuava cometendo crimes e, mesmo assim, forneciam segurança particular ao empresário – que lavava dinheiro do Primeiro Comando da Capital, o PCC. Os 14 PMs foram enquadrados como integrantes da organização criminosa. Além deles, foi preso um policial acusado de ser um dos autores dos disparos que mataram Gritzbach.

Foram presos pela Operação Prodotes:

  • 13 policiais militares que faziam a escolta ilegal de Gritzbach, incluindo um tenente que seria o "chefe" do grupo;
  • um tenente que facilitava as escalas de trabalho para que os PMs participassem da escolta, com a ciência de que eles estavam fazendo a segurança de um homem que lavava dinheiro para o PCC;
  • um PM suspeito de ser um dos atiradores que mataram Gritzbach.

Atirador identificado

O SBT News apurou que o acusado de ser um dos atiradores que executou Gritzbach é o cabo Denis Antônio Martins. Em entrevista à imprensa, porém, o secretário de Segurança Pública informou que não divulgaria o nome dos agentes presos nesta quinta, já que o processo corre em segredo de Justiça.

O cabo da PM Denis Antônio Martins | Reprodução
O cabo da PM Denis Antônio Martins | Reprodução

Segundo o corregedor da PM, coronel Fábio Amaral, durante o inquérito que investigava os policiais envolvidos na escolta do delator do PCC, a Corregedoria recebeu "uma primeira informação de que haveria um policial militar envolvido nos disparos".

Ferramentas de inteligência, como a quebra de sigilo telefônico e sinais de antenas de telefonia, confirmaram que Denis estava no Aeroporto de Guarulhos no dia do crime. O suspeito, então, foi identificado por meio de reconhecimento facial, a partir de comparação de fotos dele com imagens da fuga dos criminosos.

De acordo com Amaral, o policial militar foi preso temporariamente com base em um crime preparatório, previsto no artigo 150 do Código Penal Militar (CPM): o "crime de organização de militares para a prática de violência". O homicídio do delator prossegue em investigação no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

O SBT News não conseguiu localizar a defesa do policial Denis Antônio Martins. A reportagem será atualizada em caso de manifestação dos advogados.

Operação Prodotes

A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo deflagrou, na manhã desta quinta-feira (16), uma operação contra policiais militares suspeitos de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital.

Segundo a SSP, os PMs passaram a ser investigados em março do ano passado, quando a Corregedoria recebeu uma denúncia sobre vazamentos de informações sigilosas que favoreciam criminosos ligados à facção.

Cerca de sete meses depois, a investigação evoluiu para um Inquérito Policial Militar (IPM), onde foi apurado que os envolvidos, entre militares da ativa, da reserva e até ex-integrantes da instituição, favoreciam integrantes do PCC, evitando prisões ou prejuízos financeiros.

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