Veja o que se sabe sobre o assassinato de empresário no aeroporto de Guarulhos
Polícia investiga se Antônio Vinicius Gritzbach foi morto a mando da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC)
A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito na superintendência do órgão em São Paulo para investigar o assassinato do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, ocorrido no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na sexta-feira (8). Veja o que se sabe sobre o crime até agora.
- O momento do ataque que matou Gritzbach no Aeroporto de Guarulhos
- As armas e carregadores utilizados no assassinato foram encontrados
- PMs que faziam a escolta do empresário foram afastados
- Gritzbach detalhou atuação do PCC em delação
- Governador disse que "responsáveis serão severamente punidos"
- 2ª vítima do ataque em Guarulhos mandou vídeo na ambulância para esposa; assista
O assassinato
As investigações iniciais apontam para uma possível ordem do PCC (Primeiro Comando da Capital) para matar o empresário. Em dezembro de 2021, Gritzbach ordenou a morte de Anselmo Santa Fausta, conhecido como "Cara Preta", e do motorista Antônio Corona Neto, o "Sem Sangue", em uma emboscada no Tatuapé, na zona leste de São Paulo.
O crime teria acontecido depois de o traficante do PCC ter entregue R$ 40 milhões ao empresário para que fossem investidos em criptomoedas. Após o investimento não dar certo e Anselmo perder o dinheiro, o líder do PCC fez diversas ameaças a Gritzbach. Em resposta, ele teria encomendado a morte do traficante com um pistoleiro, identificado como Noé Alves.
Cerca de 20 dias depois dos assassinatos, o responsável pelas mortes de Cara Preta e Sem Sangue foi executado pelo PCC. A facção deixou um bilhete ao lado do corpo de Noé — que foi esquartejado e teve a cabeça jogada no local da morte dos traficantes.
Após o crime, Antônio Vinicius Gritzbach foi preso diversas vezes, até ser solto definitivamente em 7 de junho de 2023, quando ganhou liberdade condicional. Em junho deste ano, o empresário fez um acordo de delação premiada com a Justiça em troca de redução de pena e revelou esquemas de lavagem de dinheiro da facção criminosa.
Vítimas
Além de Gritzbach, o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novaes, de 41 anos, também morreu. Ele chegou a ser enviado para o Hospital Geral de Garulhos, na grande São Paulo, mas não registiu aos ferimentos. A morte foi confirmada pela família e pela Secretaria de Segurança Pública do estado.
+ Saiba quem era o motorista de aplicativo morto após ser atingido no ataque em Guarulhos
Um homem, de 39 anos, está internado no Hospital Geral de Guarulhos. Uma mulher, de 28 anos, foi liberada após atendimento médico.
Delação
Antônio Vinicius Gritzbach detalhou a operação dos traficantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em uma delação a promotores de Justiça.
Investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, mostram que cerca de R$ 50 milhões foram gastos somente em compra de imóveis, a maioria de luxo, como maneira de lavar o dinheiro do tráfico de drogas.
O empresário entregou ainda ao Ministério Público uma lista de supostos policiais civis corruptos. Ele afirmou que a corporação não investigou as denúncias porque um desses policiais tem um parente na cúpula da corregedoria da Polícia Civil.
Alvo de ameaças
Após revelar informações sigilosas sobre o PCC, o empresário passou a ser alvo de ameaças de morte pela facção criminosa. Por se sentir em risco, ele pediu mais segurança ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e decidiu contratar policiais militares de forma particular para sua proteção.
No momento em que desembarcou no aeroporto, o empresário estava acompanhado por apenas um segurança, já que outros dois não compareceram devido a um suposto problema mecânico em um veículo.
Os policiais militares que faziam parte da equipe de segurança foram afastados das atividades operacionais. Eles tiveram os celulares apreendidos, assim como os dois carros usados na escolta da vítima. Os PMs prestaram depoimento à Polícia Civil e à Corregedoria da Polícia Militar.