Saiba quem era o motorista de aplicativo morto após ser atingido no ataque em Guarulhos
Celso Araújo Sampaio, de 41 anos, passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. O alvo do ataque era o empresário que estava jurado de morte pelo PCC
Morreu a segunda vítima do ataque a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos, foi alvejado nas costas e foi levado para o Hospital Geral de Guarulhos, onde passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.
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O alvo dos disparos era Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, 38, que morreu no local e havia sido jurado de morte pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O empresário foi executado com diversos tiros de fuzil. Ele desembarcava no aeroporto após voltar de Goiás.
Além do motorista de aplicativo, que não possuía relação com o alvo do ataque, outro homem foi atingido e permanece no Hospital Geral de Guarulhos. Uma mulher de 28 anos também ficou ferida durante a ação, mas foi liberada após atendimento médico.
Após ser atingido, já na ambulância a caminho do hospital, Celso Araújo mandou um vídeo para sua esposa, Simone Dionisia Fernandes. Nas imagens, é possível ver a movimentação do profissional de saúde e ouvir Celso dizendo: "Eu estou na ambulância". A partir disso, o casal não se falou mais. Depois da cirurgia, o motorista ficou na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e não resistiu.
Além da esposa, Celso deixa três filhos de 20, 13 e 3 anos. O velório será neste domingo (10), às 18 horas, no Cemitério Vertical Memorial Guarulhos. +Veja o vídeo enviado enviado pela vítima para esposa
O ataque
As investigações iniciais apontam para uma possível ordem do PCC (Primeiro Comando da Capital) para matar o empresário. Em dezembro de 2021, Antônio Vinicius ordenou a morte de Anselmo Santa Fausta, conhecido como "Cara Preta", e do motorista Antônio Corona Neto, o "Sem Sangue", em uma emboscada no Tatuapé, na zona leste de São Paulo.
+Veja o que se sabe sobre o assassinato de empresário no aeroporto de Guarulhos O crime teria acontecido depois de o traficante do PCC ter entregue R$ 40 milhões ao empresário para que fossem investidos em criptomoedas. Após o investimento não dar certo e Anselmo perder o dinheiro, o líder do PCC fez diversas ameaças a Gritzbach. Em resposta, ele teria encomendado a morte do traficante com um pistoleiro, identificado como Noé Alves.
Cerca de 20 dias depois dos assassinatos, o responsável pelas mortes de Cara Preta e Sem Sangue foi executado pelo PCC. A facção deixou um bilhete ao lado do corpo de Noé — que foi esquartejado e teve a cabeça jogada no local da morte dos traficantes.
Após o crime, Antônio Vinicius Gritzbach foi preso diversas vezes, até ser solto definitivamente em 7 de junho de 2023, quando ganhou liberdade condicional. Em junho deste ano, o empresário fez um acordo de delação premiada com a Justiça em troca de redução de pena e revelou esquemas de lavagem de dinheiro da facção criminosa.
PMs que faziam a segurança da vítima são afastados
Após revelar informações sigilosas sobre o PCC, Antônio passou a ser alvo de ameaças de morte pela facção criminosa. Por se sentir em risco, ele pediu mais segurança ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e decidiu contratar policiais militares de forma particular para sua proteção.
No momento em que desembarcou no aeroporto, o empresário estava acompanhado por apenas um segurança, já que outros dois não compareceram devido a um suposto problema mecânico em um veículo.
Os policiais militares que faziam parte da equipe de segurança foram afastados das atividades operacionais. Eles tiveram os celulares apreendidos, assim como os dois carros usados na escolta da vítima. Os PMs prestaram depoimento à Polícia Civil e à Corregedoria da Polícia Militar.