Polícia encontra as armas e carregadores utilizados no assassinato no aeroporto de Guarulhos
Empresário foi executado com tiros após desembarcar em São Paulo. Polícia investiga suposta ordem de execução do PCC (Primeiro Comando da Capital)
A Polícia Militar apreendeu, neste sábado (9), as armas e os carregadores utilizados no assassinato do empresário Antônio Vinicius Gritzbach, ocorrida no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A informação foi compartilhada na rede social X por Guilherme Derrite, secretário de segurança pública do estado, neste sábado.
+Veja momento do ataque que matou delator do PCC no Aeroporto de Guarulhos
Antônio foi morto com vários tiros ao desembarcar no aeroporto após uma viagem de Goiás. Enquanto caminhava pelo Terminal 2, foi atingido por dois homens que saíram de um carro. A ação foi rápida e violenta. De acordo com a polícia, pelo menos 29 disparos foram feitos contra a vítima. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas o empresário não resistiu aos ferimentos.
A ação ainda feriu outras três pessoas. Um homem, de 39 anos, está internado no Hospital Geral de Guarulhos. Uma mulher, de 28 anos, foi liberada após atendimento médico.
A terceira vítima é Celso Araujo Sampaio de Moraes. Ele morreu aos 41 anos após ser atingido por tiro. A informação foi confirmada com sua esposa, Simone Dionisia Fernandes, neste sábado (9).
O assassinato
As investigações iniciais apontam para uma possível ordem do PCC (Primeiro Comando da Capital) para matar o empresário. Em dezembro de 2021, Antônio Vinicius ordenou a morte de Anselmo Santa Fausta, conhecido como "Cara Preta", e do motorista Antônio Corona Neto, o "Sem Sangue", em uma emboscada no Tatuapé, na zona leste de São Paulo.
O crime teria acontecido depois de o traficante do PCC ter entregue R$ 40 milhões ao empresário para que fossem investidos em criptomoedas. Após o investimento não dar certo e Anselmo perder o dinheiro, o líder do PCC fez diversas ameaças a Gritzbach. Em resposta, ele teria encomendado a morte do traficante com um pistoleiro, identificado como Noé Alves.
Cerca de 20 dias depois dos assassinatos, o responsável pelas mortes de Cara Preta e Sem Sangue foi executado pelo PCC. A facção deixou um bilhete ao lado do corpo de Noé — que foi esquartejado e teve a cabeça jogada no local da morte dos traficantes.
Após o crime, Antônio Vinicius Gritzbach foi preso diversas vezes, até ser solto definitivamente em 7 de junho de 2023, quando ganhou liberdade condicional. Em junho deste ano, o empresário fez um acordo de delação premiada com a Justiça em troca de redução de pena e revelou esquemas de lavagem de dinheiro da facção criminosa.
PMs que faziam a segurança da vítima são afastados
Após revelar informações sigilosas sobre o PCC, Antônio passou a ser alvo de ameaças de morte pela facção criminosa. Por se sentir em risco, ele pediu mais segurança ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e decidiu contratar policiais militares de forma particular para sua proteção.
No momento em que desembarcou no aeroporto, o empresário estava acompanhado por apenas um segurança, já que outros dois não compareceram devido a um suposto problema mecânico em um veículo.
Os policiais militares que faziam parte da equipe de segurança foram afastados das atividades operacionais. Eles tiveram os celulares apreendidos, assim como os dois carros usados na escolta da vítima. Os PMs prestaram depoimento à Polícia Civil e à Corregedoria da Polícia Militar.