Terceira Guerra Mundial? Entenda aumento de tensão entre Putin e Trump
Nos últimos dias, os líderes, que se diziam aliados, têm trocado acusações; Presidente dos EUA chamou russo de aliado no começo do governo
SBT News
Os Estados Unidos e a Rússia elevaram o tom nesta semana nas discussões sobre a guerra na Ucrânia. A Rússia chegou a mencionar uma possível Terceira Guerra Mundial, enquanto o presidente Donald Trump afirmou que a situação para Moscou poderia ser muito pior se não fosse por ele.
Essa declaração foi a mais recente em uma série de provocações entre os líderes e marca uma mudança de postura por parte do presidente americano. Logo após o seu retorno à Casa Branca, Trump disse que Putin era um aliado e que encerraria a guerra em 24 horas.
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O impasse para se chegar a um acordo de cessar-fogo é o que tem causado esse desgaste entre as duas potências nucleares. Apesar das tratativas lideradas pelos Estados Unidos para encontrar uma solução, Ucrânia e Rússia intensificaram os ataques nos últimos dias.
No domingo, a Rússia realizou o maior ataque com drones desde o início da guerra, atingindo território ucraniano. Como resposta, a defesa aérea russa informou ter derrubado 296 drones ucranianos em 13 regiões do país entre a noite de terça-feira e a manhã de quarta-feira.
A situação se agravou após o anúncio da Alemanha de que não limitaria mais o uso de armas de longo alcance fornecidas à Ucrânia.
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Com isso, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky passou a ter autorização para usá-las em território russo. Essa mudança já havia sido autorizada pelos Estados Unidos no fim do ano passado, ainda sob a administração Biden.
As discussões, no entanto, já foram mais favoráveis à Rússia, especialmente após um confronto verbal entre Trump e Zelensky durante uma reunião na Casa Branca, em fevereiro deste ano. Na ocasião, Trump cancelou a agenda com o líder ucraniano e declarou que ele poderia voltar quando estivesse disposto a discutir “a paz”.
O encontro tinha como objetivo finalizar uma proposta em que os EUA forneceriam garantias de segurança à Ucrânia em troca de minerais raros, abundantes no país do Leste Europeu.
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Já em abril, Trump demonstrou frustração e sugeriu que a Ucrânia cedesse territórios anexados ilegalmente, principalmente a Crimeia — península invadida pela Rússia em 2014 — como forma de alcançar a paz.
A última reunião entre Trump e Zelensky foi durante o velório do papa Francisco, no fim de abril. Na ocasião, os líderes discutiram as sanções dos EUA e as defesas aéreas de Kiev.
Segundo Zelensky, foi a 'melhor' conversa que teve com Trump e que eles concordaram que um cessar-fogo de 30 dias entre Kiev e Moscou era o primeiro passo para acabar com a guerra na Ucrânia. A esperada trégua ainda não foi alcançada.