Trump critica Zelensky por não reconhecer ocupação russa na Crimeia
Presidente dos EUA disse que declaração do líder ucraniano atrasa as negociações de paz com Moscou

Camila Stucaluc
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teceu novas críticas ao líder da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusando-o de atrasar as negociações de paz com a Rússia. A declaração, feita na quarta-feira (23), aconteceu após o ucraniano dizer que não reconheceria a ocupação russa na Crimeia – território ucraniano anexado por Moscou em 2014.
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“Esta declaração é muito prejudicial para as negociações de paz com a Rússia, pois a Crimeia foi perdida anos atrás e nem é um ponto de discussão. Ninguém está pedindo a Zelensky que reconheça a Crimeia como território russo, mas, se ele quer a Crimeia, por que não lutaram por ela há 11 anos, quando foi entregue à Rússia sem que um tiro fosse disparado?”, disse Trump.
O republicano criticou a declaração de Zelensky, dizendo que são “falas desse tipo” que dificultam o avanço do diálogo de paz. Ele ainda ressaltou que foi “mais fácil” lidar com o presidente russo, Vladimir Putin, do que com Zelensky durante as negociações, uma vez que Moscou parece “estar próximo” de chegar a um acordo com Washington sobre a guerra.
“Não tenho nada a ver com a Rússia, mas tenho muito a ver com querer salvar, em média, 5 mil soldados russos e ucranianos por semana, que estão morrendo sem motivo algum. A declaração feita por Zelensky não fará nada além de prolongar o ‘campo de matança’, e ninguém quer isso. Estamos muito perto de um acordo, mas o homem ‘sem cartas’ deve fazer acontecer”, disse Trump.
Essa não é a primeira vez que Trump critica Zelensky por não aceitar os termos russos para um acordo de paz. Na última semana, o presidente chegou a afirmar que as negociações estão chegando a um "ponto crítico", ameaçando abandonar a mediação. "Se uma das duas partes tornar as coisas muito difíceis, vamos dizer que vocês são tolos e vamos deixar para lá.”
Rússia aumenta hostilidades
Enquanto não chegam a um acordo, os países seguem sofrendo com ataques aéreos e terrestres. Na noite de quarta-feira, pelo menos nove pessoas foram mortas e mais de 70 ficaram feridas, incluindo seis crianças e uma gestante, após um ataque russo em Kiev.
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Outras cidades também foram alvos. Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana, foi atingida por sete mísseis e 12 drones kamikaze durante a noite. Segundo o prefeito, Ihor Terekhov, várias casas, uma fábrica, uma escola, um prédio e um complexo hoteleiro foram danificados pelo bombardeio. Duas pessoas ficaram feridas, sendo que uma precisou ser hospitalizada;