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Política

Lula sanciona lei que garante cirurgia reparadora de mamas pelo SUS e planos de saúde

Pacientes com mutilações por acidentes, queimaduras ou violência doméstica terão direito ao procedimento, além das vítimas de câncer

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O presidente Lula sancionou, nesta quarta-feira (17), uma nova lei que amplia o direito à cirurgia de reconstrução das mamas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e também pela rede privada. A partir de agora, pacientes que sofreram mutilações por qualquer motivo passam a ter direito ao procedimento.

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Discernir Gomes Martins, cabeleireira, usa uma prótese encaixada no sutiã desde que perdeu uma das mamas após um diagnóstico de câncer há três anos. Desde então, ela sonha com a cirurgia reparadora.

“É a nossa autoestima, é se olhar no espelho e não chorar mais, que é o que acontece comigo todas as vezes. Não tem um só dia que eu não me olhe no espelho e não chore”, desabafa Discernir.

O impacto dessa perda reflete no cotidiano da cabeleireira.

“Eu não conseguir colocar um biquíni para ir à praia, eu usar uma blusinha mais decotada como antigamente eu usava, então isso dá um impacto tremendo na minha vida”, completa.

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Desde 1997, a cirurgia já era garantida pelo SUS, mas apenas para pacientes com câncer. Agora, a nova legislação amplia a cobertura também para casos de mutilações causadas por queimaduras, acidentes e violência doméstica.

O texto prevê ainda a possibilidade de reconstrução imediata, ou seja, no mesmo momento da intervenção para retirada da área afetada. As pacientes terão autonomia para decidir sobre a realização ou não da cirurgia, além do direito ao acompanhamento psicológico e multidisciplinar. As mesmas normas também se aplicam aos planos de saúde, que deverão oferecer a cobertura em todos os casos previstos.

A nova lei representa uma conquista significativa. No entanto, ela não é suficiente, por si só, para mudar a realidade na rede pública. Hoje, centenas de mulheres aguardam para realizar a cirurgia reparadora pelo SUS — uma espera que pode se estender por anos.

A médica cirurgiã Ângela Fausto, que há décadas atua na luta pelos direitos dessas pacientes, afirma que a nova lei pode ajudar a encerrar as disputas judiciais que envolvem o tema.

“O Judiciário tem mais o que fazer do que ficar decidindo sobre essas questões. Não há bom senso em considerar a cirurgia reparadora como algo estético”, ressalta a médica.

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