Israel lança ataque em larga escala e destrói instalações militares da Síria
Observatório aponta que Israel bombardeou posições militares do país 310 vezes desde a queda de Bashar al-Assad; frota naval e aérea síria foi destruída
SBT News
Israel realizou uma série de intensos ataques aéreos em toda a Síria, enquanto suas tropas avançavam mais profundamente no país, chegando a cerca de 25 quilômetros de Damasco, afirmou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), um monitor de guerra da oposição síria nesta terça-feira (10). Israel nega que suas forças estejam avançando em direção à capital síria.
Tel Aviv tem um histórico de invadir territórios durante guerras com seus vizinhos e ocupá-los indefinidamente, citando "preocupações de segurança". Durante a guerra do Oriente Médio de 1967, Israel capturou as Colinas de Golã da Síria e as anexou, em uma ação não reconhecida internacionalmente, exceto pelos Estados Unidos.
Na incursão desta terça-feira (10), Israel alegou que havia estabelecido uma zona tampão de aproximadamente 400 quilômetros quadrados dentro da Síria, "para prevenir ataques após a queda do presidente Bashar Assad". As Forças de Defesa israelenses também afirmaram estar atacando locais suspeitos de armas químicas e armamentos pesados para evitar "que caiam nas mãos de extremistas".
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Não houve comentários imediatos dos grupos insurgentes — liderados pelo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) — que assumiram o controle de Damasco.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede no Reino Unido e que acompanha de perto o conflito desde o início da guerra civil há quase 14 anos, afirmou que Israel realizou mais de 300 ataques aéreos no país desde que os rebeldes derrubaram Assad no fim de semana, encerrando o governo de meio século de sua família.
O Observatório e a Mayadeen TV, baseada em Beirute e com repórteres na Síria, relataram que tropas israelenses estão avançando ao longo do lado sírio da fronteira com o Líbano.
O exército israelense havia declarado anteriormente que tropas entrariam na zona tampão “e em outros locais necessários para sua defesa”. Enquanto isso, a mídia israelense relatou que a força aérea está destruindo sistematicamente os ativos militares da Síria para garantir que quem governar o país no futuro terá de reconstruí-los.
Egito, Jordânia e Arábia Saudita condenaram a incursão israelense, acusando Israel de explorar o caos na Síria e violar o direito internacional.
A Turquia, que tem sido um dos principais apoiadores da oposição síria a Assad, também condenou o avanço de Israel. O Ministério das Relações Exteriores da Turquia acusou Israel de “exibir uma mentalidade de ocupante” em um momento em que a possibilidade de paz e estabilidade surgia na Síria.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, afirmou na segunda-feira (9) que a incursão de Israel constitui uma violação do acordo de desengajamento de 1974 e pediu que Israel e Síria cumpram o acordo.
* Com informações da Associated Press