Queda de Bashar al-Assad gera incertezas para refugiados sírios
Embora fim da ditadura encerre era violenta na Síria, desfecho da guerra civil traz novos desafios para refugiados e para estabilidade do Oriente Médio
SBT News
A queda do regime de Bashar al-Assad na Síria, após 13 anos de guerra civil, trouxe celebrações em várias partes do mundo, mas também gerou incertezas para refugiados e mudanças geopolíticas no Oriente Médio.
Em Paris, centenas de sírios enfrentaram o frio e a chuva para comemorar na Praça da República. "Estamos livres, eu mal posso acreditar", disse uma refugiada emocionada. Nas Colinas do Golã, região síria ocupada por Israel, as ruas também foram tomadas por celebrações. "É estranho, sonhávamos com isso, mas já havíamos perdido a esperança", declarou uma moradora.
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No entanto, a queda de Assad gerou novas questões para os mais de 5 milhões de sírios que buscaram refúgio em outros países. Governos europeus, como o da Alemanha, anunciaram a suspensão de análises de pedidos de asilo. A União Europeia, por sua vez, declarou que não teve contato com o novo governo sírio e pediu uma transição de poder pacífica.
Na fronteira com a Turquia, que acolheu 3 milhões de refugiados durante o conflito, milhares de pessoas formam filas para voltar ao território sírio. Enquanto isso, países como Líbano e Jordânia fecharam seus acessos à Síria.
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O fim do regime de Assad também intensificou tensões na região. Israel, que bombardeou áreas de Damasco, mobilizou tropas na fronteira e reforçou sua presença em zonas desmilitarizadas sob administração da ONU. Segundo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a queda de Assad está ligada à ofensiva contra o Irã e o Hezbollah, aliados do regime sírio. Netanyahu afirmou que a mobilização militar na região é temporária, com o objetivo de proteger os israelenses diante do novo cenário.