Israel aprova abertura de nova passagem para aumento de ajuda humanitária em Gaza
Decisão foi tomada em meio a pressão dos Estados Unidos após o ataque que matou voluntários na região
O gabinete de segurança de Israel aprovou, na noite de quinta-feira (4), a abertura da passagem Erez, que conecta o país ao norte da Faixa de Gaza, para ampliar a rota de ajuda humanitária na região. Além da passagem, que havia sido destruída no ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, o gabinete aprovou o uso do porto israelense de Ashdod, que será responsável por aumentar a entrada e envio dos itens aos palestinos.
+ "Morte em massa é iminente", diz ONU sobre escassez de alimentos na Faixa de Gaza
"Israel permitirá a entrega temporária de ajuda humanitária através de Ashdod e do posto de controle de Erez. Este aumento da ajuda evitará uma crise humanitária e é necessário para garantir a continuação dos combates e alcançar os objetivos da guerra", disse o gabinete, informando que também foi permitida a entrada de ajuda jordaniana por meio da passagem fronteiriça Kerem Shalom, localizada no sul de Israel.
O anúncio foi feito poucas horas após o presidente dos Estados Unidos e principal aliado de Israel, Joe Biden, ameaçar deixar de apoiar o país na guerra. Em telefonema com o premiê Benjamin Netanyahu, o líder disse que a política de Washington em relação à Gaza “seria determinada pelas ações de Israel para garantir a proteção de civis”, enfatizando que a atual situação no enclave, que sofre com uma grave crise humanitária, é inaceitável.
Em comunicado, o governo norte-americano comemorou a decisão. “Saudamos as medidas anunciadas pelo governo israelita, a pedido do presidente. Elas devem agora ser implementadas completa e rapidamente. Estamos preparados para trabalhar em plena coordenação com os governos de Israel, da Jordânia e do Egipto, a ONU e organizações humanitárias para garantir que estes importantes passos sejam implementados e resultem num aumento significativo da assistência humanitária”, diz o texto.
A mudança de tom dos Estados Unidos em relação à guerra acontece desde março, devido à ameaça de Israel em invadir Rafah – último refúgio de 1,5 milhão de palestinos. Nesta semana, Washington voltou a pressionar Netanyahu pela proteção de civis, sobretudo depois que sete funcionários humanitários da World Central Kitchen foram mortos por um ataque israelense enquanto levavam alimento para o norte de Gaza.
+ "Acontece", diz Netanyahu sobre ataque que matou 7 voluntários de ONG em Gaza
O incidente provocou uma grande repercussão internacional, fazendo com que outras organizações humanitárias deixassem de atuar em Gaza – aumentando a crise na região. Líderes mundiais, assim como a própria World Central Kitchen, publicaram comunicados exigindo uma investigação independente sobre o ataque, uma vez que os bombardeios tiveram como alvos três veículos da organização, que estavam identificados.