ONG que teve funcionários mortos por ataque israelense em Gaza exige investigação independente
World Central Kitchen afirmou que veículos atingidos por bombardeio estavam identificados e tinham aval para funcionar no local
A World Central Kitchen exigiu, nesta quinta-feira (4), uma investigação independente sobre o ataque israelense que matou sete de seus funcionários na Faixa de Gaza. A equipe estava levando ajuda ao norte da região, onde quase todos os moradores sofrem de insegurança alimentar, quando foi atingida por um bombardeio aéreo.
+ ONGs interrompem operações em Gaza após ataques a funcionários
"Pedimos ao governo israelense que preserve imediatamente todos os documentos, comunicações, gravações de vídeo e/ou áudio e quaisquer outros materiais potencialmente relevantes para os ataques de 1º de abril. Uma investigação independente é a única maneira de determinar a verdade do que aconteceu", disse a organização.
No ataque, foram mortos cidadãos da Austrália, Canadá, Polônia, Estados Unidos e Reino Unido. No comunicado, a World Central Kitchen pediu o auxílio dos países para pressionar Israel por uma investigação independente, uma vez que os bombardeios tiveram como alvos três veículos da organização, que estavam devidamente identificados.
“Os três veículos transportavam civis; eles foram marcados como veículos World Central Kitchen; e seus movimentos estavam em total conformidade com as autoridades israelenses, que estavam cientes de seu itinerário, rota e missão humanitária”, frisou.
A organização ressaltou que Israel admitiu as mortes, mas classificou o ataque como "um evento trágico em que as forças prejudicaram involuntariamente não combatentes". O presidente de Israel, Isaac Herzog, chegou a pedir desculpas pelo ocorrido, mas o premiê Benjamin Netanyahu classificou o ataque como algo que "acontece na guerra".
+ Premiê do Reino Unido exige investigação sobre ataque israelense que matou voluntários em Gaza
“Uma investigação independente é a única maneira de determinar a verdade do que aconteceu, garantir transparência e responsabilização dos responsáveis e prevenir futuros ataques a trabalhadores de ajuda humanitária”, defendeu a World Central Kitchen.