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Com exceção dos EUA, Conselho de Segurança da ONU afirma que fome em Gaza é 'crise causada pelo homem'

14 membros defendem cessar-fogo imediato e acusam uso da desnutrição como arma de guerra; EUA discordam e questionam dados sobre fome

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Palestinos aguardam para receber comida de uma cozinha beneficente na Cidade de Gaza | REUTERS/Dawoud Abu Alkas
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Todos os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com exceção dos Estados Unidos, afirmaram nesta quarta-feira (27) que a fome extrema em Gaza é uma "crise provocada pelo homem" e alertaram que o uso da desnutrição como arma de guerra é proibido pelo direito humanitário internacional.

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Em declaração conjunta, os países pediram um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente, a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas e outros grupos, além da ampliação substancial da ajuda humanitária em toda a Faixa de Gaza.

O comunicado também exigiu que Israel suspenda todas as restrições à entrega de alimentos e suprimentos básicos. “A fome extrema em Gaza precisa acabar imediatamente”, diz o texto. “O tempo é essencial”.

Segundo o sistema Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês), cerca de 514 mil pessoas enfrentam fome extrema na Cidade de Gaza, número que pode subir conforme a restrição israelense.

Apesar disso, Israel pediu ao monitor global da fome que retire o relatório. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou o levantamento como “falso e tendencioso”, alegando que se baseia em dados parciais fornecidos pelo Hamas e que não considera um recente aumento no envio de alimentos.

Os Estados Unidos, representados pela embaixadora Dorothy Shea no Conselho de Segurança, também questionaram a credibilidade do estudo.

“Reconhecemos que a fome é um problema real em Gaza e que há necessidades humanitárias significativas a serem atendidas. Atender a essas necessidades é uma prioridade para os Estados Unidos”, disse.

A fome se tornou um dos principais pontos de pressão internacional contra Israel em 2025, ano em que a guerra completa dois anos, em outubro. Mais de 60 mil palestinos já morreram desde o início do conflito.

Após um cessar-fogo de quase dois meses, entre janeiro e março deste ano, a crise humanitária se agravou com o bloqueio total de ajuda imposto por Tel Aviv, que foi suspenso parcialmente apenas em maio.

Desde então, Israel criou uma rota alternativa de distribuição de auxílio em parceria com a Fundação Humanitária de Gaza (FHG), acusada de operar centros onde dezenas de palestinos já morreram ao tentar receber assistência. Apesar disso, segue com os ataques militares.

Enquanto Israel alega que os suprimentos não chegam à população por causa de roubos do Hamas e da ineficiência de organizações internacionais, essas entidades responsabilizam o governo israelense por dificultar e não garantir segurança mínima para a entrega da ajuda.

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