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Economia

TCU pede explicações a sindicato dirigido por irmão de Lula sobre fraudes no INSS

Investigação aponta suspeitas de desvios em benefícios de aposentados por entidade que tem familiar do petista como vice-presidente

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TCU cobra explicações de sindicato que tem um dos irmãos de Lula como vice-presidente | Divulgação/Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil e Divulgação/Ricardo Stuckert
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O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou nesta terça-feira (27) uma série de medidas para investigar possíveis irregularidades em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) envolvendo o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), entidade que tem como vice-presidente um dos irmãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico.

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A decisão foi tomada após uma representação da bancada do Novo no Congresso Nacional, que apontou indícios de descontos indevidos em benefícios previdenciários sem autorização de aposentados e pensionistas.

De acordo com um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), 76,9% dos beneficiários que tiveram valores descontados pelo Sindnapi afirmaram nunca ter concordado com as cobranças.

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Além disso, dados apresentados pelo Novo mostram que a receita do sindicato saltou de R$ 23,2 milhões em 2020 para R$ 154,7 milhões em 2024, um aumento de 564%, com crescimento mais acentuado ocorrendo entre 2023 e 2024, período que coincide com o retorno de Lula à Presidência da República.

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP), uma das autoras da representação, destacou a gravidade das suspeitas.

"O sindicato do irmão do Lula não pode ficar impune diante de indícios tão graves de fraude. É um escândalo que envolve o desvio de dinheiro de aposentados, justamente os mais vulneráveis. A inspeção no Ministério da Previdência e na Dataprev é essencial para apurar responsabilidades", afirmou.

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Determinações do TCU

O TCU determinou que o INSS e o Sindnapi prestem esclarecimentos em até 15 dias e ordenou uma diligência para que o INSS envie documentos sobre acordos de cooperação técnica firmados desde 2020, valores repassados a sindicatos e a lista de denúncias recebidas.

Além disso, o tribunal autorizou uma inspeção no Ministério da Previdência, no INSS e na Dataprev para verificar consignações irregulares, identificar entidades suspeitas e apurar a responsabilidade de servidores públicos envolvidos.

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O caso do Sindnapi segue um padrão semelhante ao de outras entidades investigadas na operação Sem Desconto, que apura desvios em cobranças de aposentados. Mais de dois milhões de pedidos de reembolso já foram registrados no sistema do INSS, com pelo menos 40 entidades citadas em suspeitas de irregularidades.

O INSS já havia suspendido temporariamente os acordos de cooperação com sindicatos, mas relatos de descontos indevidos persistiram, levando o TCU a aprofundar as investigações.

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O tribunal analisará as informações coletadas para determinar possíveis sanções, como multas, declaração de inidoneidade do Sindnapi e responsabilização de gestores públicos. O caso também deve ser encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) para apuração de eventuais crimes.

A bancada do Novo afirmou que acompanhará de perto o caso para garantir que os aposentados sejam ressarcidos e que todos os envolvidos sejam punidos com o rigor necessário.

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