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Política

Alcolumbre segura a CPMI do INSS para “não atrapalhar” PF e CGU, diz senador

Vice-líder do governo no Senado, Jorge Kajuru (PSB-GO) participou de reunião com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), e líderes partidários

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Senador Jorge Kajuru (PSB-GO) | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), botou o pé no freio e não quer abrir agora a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar os descontos suspeitos nas aposentadorias e pensões do INSS. Segundo o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que é vice-líder do governo, Alcolumbre teme que a comissão acabe “atrapalhando” o trabalho da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, que já estão de olho no caso.

Kajuru contou que teve uma conversa com Alcolumbre e outros líderes políticos na casa oficial do presidente do Senado, nesta quinta-feira (22), e ouviu dele que a ideia é "esperar até o fim de junho para colocar a CPMI para funcionar".

"Ele [Alcolumbre] argumentou muito bem, que, se a CPMI começa já, vamos prejudicar o trabalho de investigação da Polícia Federal e dos demais órgãos. Vamos esperar ver quem realmente tem culpa e aí abre-se a CPMI para dar sequência à investigação", relatou Kajuru.

Ou seja: para Alcolumbre, abrir a CPMI agora seria como colocar o carro na frente dos bois. Por isso, avalia ser melhor esperar a PF fazer o serviço dela, para depois o Congresso entrar em cena.

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O requerimento com assinaturas já foi protocolado por deputados e senadores. Só que, para valer, é preciso que Alcolumbre leia esse pedido em uma sessão do Congresso, e isso ainda não aconteceu.

Segundo Kajuru, o presidente do Senado prometeu que vai ler o pedido, mas pediu um prazo até 17 de junho para montar a composição dos integrantes da comissão.

"Em nenhum momento se colocou que ela [a CPMI] não vai existir, até porque tem gente da base do governo assinando, eu inclusive", disse Kajuru.

Uma sessão do Congresso estava prevista para a próxima semana, mas ficou travada por um impasse entre os líderes sobre os vetos presidenciais. Enquanto isso, tudo fica parado.

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Nos bastidores, tem gente dizendo que essa CPMI só vai sair do papel mesmo no segundo semestre. Isso porque o fim de junho costuma ser período de esvaziamento no Congresso. Com as festas de São João chegando, muitos deputados e senadores, principalmente os do Nordeste, voltam para seus Estados. Isso faz com que, na prática, pouca coisa ande.

Alguns parlamentares acreditam que segurar a CPMI agora ajuda o governo a organizar melhor a narrativa e evita exposição num momento em que todo mundo só fala das fraudes no INSS. Mas o cenário ainda pode mudar, dependendo da pressão da oposição e das articulações dentro da própria base governista.

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