Alcolumbre adia decisão sobre CPMI do INSS para 17 de junho
Presidente do Congresso afirma que falta de consenso entre líderes e acúmulo de vetos do Executivo impedem avanço imediato do requerimento

Ellen Travassos
O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, afirmou nesta quinta-feira (22) que o requerimento para a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) será lido apenas em 17 de junho.
Segundo ele, a decisão foi tomada diante da ausência de um acordo entre os líderes partidários sobre a pauta e do grande número de vetos presidenciais pendentes de análise — mais de 60, segundo o senador.
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Alcolumbre já havia sinalizado na terça-feira (20) que só faria uma sessão quando houvesse acordo sobre os vetos a serem votados. Ele ressaltou que não pretende convocar uma sessão do Congresso exclusivamente para tratar do requerimento da CPMI, o que reforçou a escolha pela data. Até lá, portanto, a comissão não será formalmente instalada.
O requerimento com assinaturas já foi protocolado por deputados e senadores. Só que, para valer, é preciso que Alcolumbre leia esse pedido em uma sessão do Congresso, e isso ainda não aconteceu.
Nos bastidores, tem gente dizendo que essa CPMI só vai sair do papel mesmo no segundo semestre. Isso porque o fim de junho costuma ser período de esvaziamento no Congresso. Com as festas de São João chegando, muitos deputados e senadores, principalmente os do Nordeste, voltam para seus Estados. Isso faz com que, na prática, pouca coisa ande.
Alguns parlamentares acreditam que segurar a CPMI agora ajuda o governo a organizar melhor a narrativa e evita exposição num momento em que todo mundo só fala das fraudes no INSS. Mas o cenário ainda pode mudar, dependendo da pressão da oposição e das articulações dentro da própria base governista.