Menina de 4 anos é a 5ª vítima fatal de envenenamento no Piauí
Maria Gabriele Fontenele estava internada desde 1º de janeiro, após comer baião de dois com pesticida; mãe, tio e dois irmãos também morreram

Emanuelle Menezes
com informações da TV Cidade Verde
Maria Gabriele Fontenele, de 4 anos, morreu na noite desta terça-feira (21) após 21 dias internada. Ela é a quinta vítima da mesma família a morrer após comer um baião de dois envenenado com pesticida em Parnaíba, no litoral do Piauí. A informação foi confirmada pelo Hospital de Urgência de Teresina (HUT), para onde ela havia sido transferida.
"A direção informa que todos os reforços foram realizados para o pronto restabelecimento da menor, lamenta o ocorrido e se solidariza com familiares e amigos neste momento de dor", informou o HUT em nota.
A menina era filha de Francisca Maria da Silva, de 32 anos, e irmã de Igno Davi Silva, de 1 ano e 8 meses, e Maria Lauane Fontenele, de 3 anos, que também faleceram com sintomas de intoxicação. Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, irmão de Francisca, é a outra vítima fatal. Outras três pessoas que foram encaminhadas ao hospital após comerem o baião de dois envenenado já receberam alta.

O padrasto da mãe das crianças, Francisco de Assis Pereira da Costa, foi preso no último dia 8 e é o principal suspeito do crime. No dia do envenenamento, Francisco chegou a ser internado alegando ter ingerido a comida envenenada junto com as outras oito pessoas. Ele foi liberado no mesmo dia.
De acordo com os investigadores, o padrasto tinha uma relação tumultuada com Francisca Maria e com os outros moradores da casa onde o crime aconteceu. O homem, segundo o delegado Abimael Silva, tinha "nojo" e "raiva" da enteada e acreditava que ela era uma "criatura de mente vazia".
Segundo a Polícia Civil, o baião de dois consumido havia sido contaminado com pesticida. O laudo do Departamento de Polícia Científica do Piauí confirmou a presença de terbufós na comida e no estômago das vítimas.
Outro envenenamento
A tragédia envolvendo o mesmo núcleo familiar começou ainda em 2024, quando Francisca Maria perdeu outros dois filhos envenenados. Ulisses, de 8 anos, e João Miguel, de 7, comeram cajus com chumbinho, dados supostamente por uma vizinha. Lucélia Maria da Conceição, de 53 anos, foi presa como principal suspeita, apesar de alegar inocência.

No entanto, quatro novas mortes na família, no início deste ano, levaram à reabertura do caso. O laudo da Polícia Científica do Piauí, realizado só cinco meses depois, mostrou que os cajus não estavam contaminados, e o padrasto da mãe das crianças passou a ser investigado como responsável pelas mortes. Ele é o principal suspeito dos dois crimes
A vizinha, que ficou presa injustamente desde agosto, foi solta no último dia 13.









