"Não existe vaca gorda na saúde", diz Nísia Trindade em meio à discussão sobre corte de gastos
Ministra se incomodou com termo utilizado por deputado e afirmou que a atual gestão está comprometida com a pasta
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, voltou ao Congresso pela sétima vez desde o início do governo Lula (PT). Em audiência conjunta realizada nesta quarta-feira (13) pelas comissões de Saúde e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, a ministra comemorou a certificação que o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) de país sem sarampo, após 5 anos.
+ Brasil volta a receber certificação de país livre do sarampo
Em meio à discussão sobre o novo pacote de corte de gastos que pode afetar a pasta, o deputado Dr. Frederico (PRD-MG), comparou as verbas destinadas à saúde no governo Bolsonaro e na atual gestão. Segundo o parlamentar, atualmente a pasta passa por um período de "vaca gorda", uma expressão popular para se referir à fartura de bens.
Nísia Trindade se incomodou com o termo utilizado pelo deputado e afirmou que a atual gestão está comprometida em dar aos brasileiros uma saúde de qualidade.
"Eu pediria ao senhor que, em respeito à saúde dos brasileiros, não falássemos de uma 'vaca gorda' na saúde. Não existe vaca gorda na saúde. Existe, sim, uma grande necessidade da nossa população por mais saúde de qualidade. Foi esse o pacto firmado em 1988, quando a saúde foi firmada como um direito de todos e um dever do Estado", retrucou.
+ Por que uma infecção no joelho fez Marc Cucalón, do Real Madrid, se aposentar aos 19 anos?
Para o deputado, não há muito o que comemorar com os dados apresentados por Nísia.
"A gente tem muito pouco pra comemorar até o momento. Continuamos aqui por 2 anos, a sétima reunião com vossa excelência e são promessas, mas na prática entregou muito pouco à população, com tantos recursos em mãos", afirma.
Estoque de vacinas
Deputados da oposição pressionaram a ministra na questão de supostos desperdícios de vacinas. Em respostas aos questionamentos, Nísia Trindade culpou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro pela perda de doses ao estoque. Segundo a ministra, isso se deve ao discurso negacionista propagado no governo anterior.
Nísia Trindade apresentou soluções da pasta para evitar mais perdas. Segundo ela, foi criado um comitê que monitora a gestão de materias do Ministério da Saúde. Ministra declarou também que tem negociado com laboratórios fabricantes para fazer a troca de vacinas vencidas, como os imunizantes da COVID-19.
+ Embolia pulmonar: entenda causa da morte do influenciador Diego Friggi aos 35 anos
Farmácia Popular
Quando questionada sobre resultados de sua gestão à frente da pasta, a ministra comentou sobre o retorno do programa Farmácia Popular. Segundo Nísia, haviam vários apontamentos no Tribunal de Contas da União e em órgãos de fiscalização, pois não havia controles adequados quando ela assumiu a pasta.
"Hoje o programa faz 20 anos com dados muitos positivos. Nós temos a ampliação da gratuidade de todos os medicamentos, beneficiando 55 milhões de pessoas cadastrados no Bolsa Família. Nós credenciamos 558 novas farmácias, sobretudo, nas regiões que mais careciam deste credenciamento, nas regiões Norte e Nordeste. Hoje, 95% dos medicamentos, na Farmácia Popular, podem ser retirados gratuitamente. São 22 milhões de pessoas a mais beneficiadas pelo programa", declara.