Brasil volta a receber certificação de país livre do sarampo
Em 2016, país já havia alcançado status, mas em 2018 as baixas coberturas vacinais permitiram reintrodução do vírus
O Brasil voltou a receber a certificação de país livre do sarampo, após 5 anos. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) entregou o certificado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à ministra da Saúde, Nísia Trindade, nesta terça-feira (12).
A última certificação do Brasil como país livre do sarampo ocorreu em 2016. Devido às baixas coberturas vacinais e ao intenso fluxo migratório de países vizinhos, em 2018 ocorreu a reintrodução da doença no país. Em 2019, após um ano de franca circulação do vírus do sarampo em território brasileiro, o país voltou a se tornar endêmico para a doença. Foram confirmados 39.779 casos entre 2018 e 2022.
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Para reverter o quadro, o Governo Federal investiu em vacinação nas fronteiras e em locais de difícil acesso, também na busca ativa de casos suspeitos, realização de Dia S de combate ao sarampo, oficinas de resposta rápida a casos de sarampo e rubéola nos territórios, além de cursos online de manejo clínico de sarampo.
Para cumprir os critérios de reverificação, o Brasil precisou demonstrar que não houve transmissão do vírus do sarampo durante pelo menos um ano, além de ter fortalecido o seu programa de vacinação de rotina, a vigilância epidemiológica e a resposta rápida a casos importados.
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Viral e contagioso
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente crianças e pode causar complicações graves, como diarreia intensa, infecções de ouvido, cegueira, pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro). Algumas dessas complicações podem ser fatais.
Com a conquista do Brasil, as Américas recuperam o status de região livre de sarampo endêmico. Contudo, como o sarampo continua a circular em outras regiões do mundo, o risco de reintrodução persiste, especialmente em crianças que não estão totalmente vacinadas.
O Ministério da Saúde ressalta a importância da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, e que tem registrado aumento de cobertura nos últimos anos, com um salto de 80,7% em 2022 para 88,4% em 2023, chegando a 92,3% em 2024. A vacina é indicada em duas doses para pessoas entre 12 meses e 29 anos, e em dose única para adultos de 30 a 59 anos.